sexta-feira, 18 de julho de 2008

MSO - Movimento dos Sem-Olimpíadas

Adeus, Pequim 2008. A seleção brasileira de basquete masculino vai ficar fora de 3ª Olimpíada consecutiva, depois de perder para a Alemanha hoje, por 78 x 65, no Pré-Olímpico que está sendo disputado na Grécia. É só mais um triste episódio na decadência do basquete nacional, bicampeão mundial masculino (1959-1963, vice em 1954 e 1970) e campeão mundial feminino (1994). As meninas vão para a Olimpíada, mas também se classificaram na bacia das almas no Pré-Olímpico da Espanha. Com relação à eliminação olímpica precoce, tá certo que Dirk Nowitzki é o cara, que o basquete brasileiro está desorganizado e desatualizado, que os astros da NBA não tão nem aí, mas se nada for feito, a gloriosa "bola ao cesto" deixará de ser um esporte olímpico no país, e toda uma geração de garotos e garotas que praticam o esporte, mesmo com toda a falta de apoio e infra-estrutura, vai ter que procurar outras modalidades, ou simplesmente parar. Que não se diga que o basquete não é massificado no país, com tantas quadras (em ruínas, é verdade) onde a galera se reúne para tentar encestar umas bolinhas. Tampouco se ironize dizendo que basquete não dá pra jogar na praia. Falta só um pouquinho de vontade política - e vergonha na cara dos dirigentes do esporte -, para que esta rapaziada possa mostrar seu valor. Eles não tiveram o privilégio que eu tive, de ver a transição entre duas gerações vencedoras, a da década de 60, com Marquinhos e Ubiratan, e a do fim dos anos 70, com Oscar e Marcel. Elas se mesclaram no Mundial das Filipinas, em 1978, em que eu acordava bem cedo para acompanhar as partidas que começavam às 5 ou 6 da manhã. Lembro-me como se fosse hoje a decisão do 3º lugar, entre Brasil e Itália, em que o Marcel acertou aquela cesta quase do meio da quadra faltando décimos de segundo para o fim do jogo, fechando o placar em 86 a 85 para os tupiniquins. Lembro-me também como se fosse hoje aquele dia sensacional nos Panamericanos de Indianápolis, em 1987, jogos boicotados pela Globo e que tivemos que ver pelo péssimo sinal da TV Cultura, em que o Brasil bateu os EUA na final pelo inacreditável placar de 120 a 115, a primeira derrota dos americanos em casa num torneio significativo, o que os motivou a montar o dream team para a Olimpíada de Seul em 1988. É uma pena que toda uma geração de garotos e garotas amantes do basquete não vai ter o prazer de desfrutar momentos como esses, que marcaram a minha geração. Desejo, entretanto, que a nostalgia pare por aqui, e que o basquete brasileiro reencontre o seu caminho de glórias, do qual nunca devia ter se afastado.

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