quarta-feira, 31 de março de 2010

Não mate! Faça xixi no poste!

Há certos momentos do jornalismo nacional que a gente fica na dúvida se são cômicos ou trágicos. 

Um deles aconteceu hoje num artigo do jornal O Estado de S. Paulo, em que o repórter Bruno Paes Manso faz uma análise definitiva (pelo menos na visão dele) do problema do racismo e da criminalidade no Brasil. 

A gente até entenderia se o articulista se apresentasse como pesquisador numa determinada área e emitisse a sua opinião.

 Afinal, só pra citar dois, o Estadão tem Denis Rosenfeld e Demetrio Magnoli, que se valem de sua formação como filósofo e sociólogo, respectivamente, para dar uma aura de respeitabilidade às suas colunas. 

Até aí, não tem problema nenhum, pois vivemos num país democrático em que a liberdade de expressão deve (ou deveria) valer pra todos. 

Liberdade de imprensa também, mas aí já é outra história, pois meia dúzia de grupos familiares controlam e exercem o direito de imprensa no país e publicam quem eles quiserem.

Pois bem, Bruno Paes Manso, no artigo em questão, se apresenta como repórter, de quem esperaríamos uma análise se não isenta ou imparcial, pelo menos procurasse ver outros ângulos, ainda que emitindo sua opinião pessoal. 

O título da matéria de Manso, entretanto, se assemelha a um decreto papal ex officio: "Homicídio é um crime territorial e não está vinculado a raças". Pronto! Nem precisa mais ler, não é verdade? 

O leitor acabou de ser comunicado do dogma de que a criminalidade, quem diria, não tem ligação alguma com o racismo. 

Podemos dormir com a consciência tranquila, mas aqueles que quiserem ler um pouco mais, além de perder o sono, verão que as pessoas matam e morrem "por viverem em locais com grande quantidade de armas, marcados pela desordem. 

São territórios com frágil presença policial, vulneráveis à ação daqueles que estão dispostos a tentar exercer o domínio pela violência". 

Acabamos de descobrir que o problema da criminalidade no Brasil é, na verdade, geográfico. 

Dada a ênfase na territorialidade, poderíamos pensar que se tratasse de um problema canino, mas como o "repórter" já deixou claro que "não está vinculado a raças", podemos deixar o xixi no poste pra depois e acomodarmo-nos à nossa insignificância crítica.

Mais adiante, luz das luzes, o "repórter" Manso nos esclarece que "em primeiro lugar, portanto, é importante compreender que a elevada concentração de negros e pardos entre as vítimas de homicídio deve-se ao fato de ser alta a concentração dessa população nos territórios violentos", ou seja, na brilhante visão do Manso, se você é pardo ou negro, azar o seu por ter escolhido morar na favela. 

Não tem nada a ver o fato de você não ter tido oportunidade na vida exatamente porque você ou seus pais, irmãos, parentes, etc., foram discriminados pela cor da sua pele. 

Se você mora num morro carioca, conforme-se com o destino, já que é mera coincidência o fato do prefeito Pereira Passos ter acabado com os cortiços do centro do Rio no começo dos anos 1900 para construir avenidas e "europeizar" (eufemismo para "embranquecer") a cidade, largando seus avós ao "Deus dará". 

Esqueça qualquer política de ação afirmativa, redistribuição de renda, inclusão social, porque o magnânimo "repórter" declara em sua bula papal que, "para reduzir as taxas [criminais], não é preciso, antes, distribuir a renda ou acabar com a miséria", mais ou menos na linha dos republicanos americanos que ainda outro dia lutavam contra a proposta de Obama quanto à universalização da saúde pública nos EUA na base do "se você não pode pagar um plano de saúde, morra!". 

Parem as rotativas pois hoje, 31 de março de 2010 (eita dia bom pra coisas más acontecerem no Brasil), um "repórter" do Estadão descobriu a América, ainda que para negar o que ela tem de pior.

É claro que o problema da criminalidade não se resume a (e transcende) questões como racismo e má distribuição de renda, mas é assustador que o jornalismo no Brasil tenha chegado a um nível tão baixo como esta nota ridícula (por autocensura de palavra mais adequada) do Estadão. 

Eu gosto muito do jornal, mesmo não concordando em geral com a linha que eles seguem. O que me agrada no Estadão, além do fato de ser - gramaticalmente - muito bem escrito, é que a gente sempre sabe o que eles pensam, pois não escondem nem sobem no muro como faz a Folha de S. Paulo. 

Entretanto, algum revisor falhou na edição de hoje. Deveriam ter deixado esta opinião pseudodogmática a um dos pitbulls (sem racismo, please) dos artigos opinativos assinados da pág. 2. Eles mordem com mais classe.

E quanto a nós, humanos, vamos todos, brancos, vermelhos, amarelos, pardos e negros, fazer xixi no poste pra deixar bem claro quem manda nesta bagaça!

5 argumentos contra o uso do marketing e da mídia na Igreja




por Jason Coker, do blog Pastoralia (tradução gentilmente autorizada pelo autor) 

  5 argumentos contra o uso do marketing e da mídia na Igreja

O evangelicalismo americano foi sempre pragmático com a mídia. De Charles Fuller a Billy Graham, a comunicação de massa tem sido utilizada para transmitir a mensagem do evangelho a multidões. Mais recentemente, nós nos esprememos em televisão, propaganda, posicionamento de marca e multimídia para atrair multidões e transmitir-lhes a mensagem. Videoconferências (parte da abordagem múltipla da igreja) são a última inovação aceita.

Simultaneamente, a Igreja americana está numa crise de frequência de membros e de caráter, e o debate missionário inclui parcialmente repensar a eclesiologia exatamente por aquela razão. Eu penso que é necessário repensar o nosso uso dos modernos métodos de marketing e tecnologia de mídia também. Tenho cinco preocupações: 

A tendência ao engano: 

A propaganda é um meio inerentemente capcioso. Tanto se estamos produzindo um comercial de TV ou produzindo um folheto ou vídeo, o propósito é geralmente persuadir alguém, e isso se sobrepõe ao nosso desejo inato de sermos vistos como melhores do que realmente nós somos. 

Publicidade emocionalmente orientada é um substituto pobre para o fato de se ter uma identidade derivada de ser criado à imagem de Deus. 

Exagero artificial do mundano: 

Um dos meios mais efetivos de se conter as pessoas é tornar as coisas tipicamente mundanas mais atraentes. Na TV e no cinema, se consegue alcançar esta meta através de “eventos técnicos” artificiais, como edição, movimento de câmera, fading, trilha sonora, efeitos especiais, etc. Tudo isto cria a ilusão de movimento e profundidade a uma experiência que – de outra maneira – seria entediante (televisão e vídeo despidos de ornamentos são inerentemente chatos e entediantes). 

Nós fazemos essencialmente a mesma coisa com os cultos na igreja, reuniões de jovens, e ministérios infantis. Nós construímos sets musicais de adoração e pregamos mensagens concebidas para produzir um crescendo emocional, ou usamos os artifícios da cultura teen americana como apetrechos do texto bíblico. Este tipo de publicidade exagerada cria uma falsa percepção da realidade uma perspectiva padrão autodestrutiva porque nós nos tornamos superestimulados ao ponto onde o nível normal de repercussão agora se torna o novo mundano. Quando as nossas velhas técnicas não funcionam mais, nós precisamos saltar ao próximo decibel. 

A promoção exagerada é um substituto pobre para o ato de cativar a fé pelos olhos e ouvidos, de maneira que possamos reconhecer o mover de Deus nas coisas simples. 

A mediação da experiência: 

As pessoas tendem a pensar que elas experimentaram alguma coisa simplesmente por causa do que elas viram na televisão. Milhões de adolescentes acham que eles conhecem os Jonas Brothers por causa do Disney Channel. Na minha geração nós pensávamos que conhecíamos a Mônica e o Chandler também. 

Um retiro de fim de semana pode ser uma experiência que muda a vida de muitas pessoas. Mas quando nós mostramos um vídeo disso no domingo, centenas ou milhares de pessoas de repente “se apropriam” da experiência. Porque elas pertencem a uma igreja que faz este tipo de coisas, eles se veem como participantes daquela realidade. Mas elas não são. Quanto mais tecnicamente eficiente a mídia, mais apropriação substitutiva ocorre e mais pessoas são levadas a um estado do qual eles não escapam (o verdadeiro significado da palavra “entretenimento”). Esta mesma mediação substitutiva pode ocorrer com a pregação, e é provável que ocorra quando as pessoas reais tenham sido substituídas por facsímiles visuais em vídeoconferências. 

A mediação através da tecnologia é uma substituta pobre para a prática de discipulado. 

A armadilha do posicionamento profissional: 

Para ser um consumidor americano se requer que eu mantenha uma contínua suspensão da des-crença. O Wal-Mart me diz em milhares de maneiras que eles se importam com o meu bem estar. Mas eles não se importam. Como um consumidor pragmático eu estou a par disso. Trata-se de um segredo aberto que eu conheço desde que tinha 4 anos de idade e meus pais me ensinaram a assistir os comerciais de TV com suspeita. Mas mesmo que eu saiba disso, eu suspendo a minha des-crença de consumir porque eu quero acreditar que os produtos deles me deixarão mais feliz. Eu me disponho a experimentar isso na eventualidade disso ser uma verdade acidental. Isto cria uma dicotomia interna pela qual eu amo o comerciante (se eu gostar dos seus produtos) e duvido dele ao mesmo tempo. Mas eu convivo com o paradoxo desde que eles sejam os melhores ou os mais baratos ao mesmo tempo – ou ambas as coisas. Esta é uma enraizada resposta do consumidor aos sempre crescente esforços de marketing. 

Quando as igrejas se engajam nas mesmas práticas de marketing nós estimulamos a mesma resposta dúbia. Se os materiais de marketing são bons, a pessoas são impressionadas porque o profissionalismo é um ponto de venda altamente efetivo; a aparência de competência torna mais fácil a suspensão da des-crença. Mas o que nós colhemos em troca não é um compromisso firme, mas uma lealdade à marca. Isto aleija as igrejas no longo prazo porque se trata apenas de uma questão de tempo antes que outra pessoa ofereça um produto de Jesus melhor ou mais barato. Pior, isto debilita a capacidade de crer do crente porque a nossa mensagem implícita é que o cristianismo é apenas outro produto de motivação dúbia à disposição no mercado. 

Posicionamento de marca é um substituto pobre para o poder espiritual genuíno. 

A deterioração de comunidades familiares: 

A comunicação de massa tem uma tendência inerentemente fascista porque ela atomiza e imobiliza as pessoas com o fim de moldar o seu comportamento (não há necessidade de ditaduras em nações saturadas pela televisão). O resultado é um consumidor-espectador passivo. O mesmo fenômeno ocorre em igrejas que dependem de mídia de massa. Eis uma razão para isso: pequenas comunidades (famílias, tribos, etc.) aderem uns aos outros mediante presentes, mutualismo e afeto, e elas comunicam valores e tradições através dos laços familiares resultantes. Esta é a moeda dos pequenos grupos. Mas entre populações maiores as pessoas num conseguem manter uma plenitude de laços familiares. É aqui que a mídia de massa e o mercado entram. O mercado permite a mediação de relacionamentos numa população maior porque o dinheiro permite uma interação livre de obrigações relacionais. A mídia de massa preenche a lacuna de comunicação criada pela perda de familiaridade e, no retorno do feedback, a suplanta ao mesmo tempo, dirigindo a população ao mercado. Desta forma, quanto maior o grupo, mais orientado para o consumo ele se torna por necessidade, e mais ele precisa confiar na comunicação de massa para criar unidade, e mais a população se tornará passiva. De fato, quanto maior a população, mais necessário se torna criar passividade a fim de governá-la. Estou convencido de que esta é uma razão decisiva pela qual mega-igrejas lutam para se tornarem genuinamente missionárias. 

Comunicação de massa e mercado são substitutos pobres para a comunidade genuína.

Permitam-me esclarecer: não estou sugerindo que a mídia não possa ser utilizada pela igreja com integridade. Penso que pode ser, e tenho amigos que o fazem – mas isto deve ser feito com tremenda precaução, mantendo em mente estes inerentes perigos e intencionalmente controlando-os. Por fim, creio que a chave para usar estes meios de comunicação é dizer a verdade e distribuir poder – um desafio não pequeno já que esses objetivos são geralmente opostos pelos meios que distorcem a verdade e obtêm poder pelo redesenho que fazem. Dizer a verdade e dar poder às pessoas através da mídia de massa é algo parecido com fazer paz com a guerra.

A vidente e o pastor

A pergunta que não quer calar: ¿o que leva um pastor dito "apostólico", pentecostal, adepto da "palavra rhema", a participar de um programa de TV com uma vidente esotérica, na base do "todos os caminhos levam a Deus"? ¿A dizer que "o mundo precisa de pessoas sensíveis, com ações diferentes"? Também fiquei sem entender o que tem a ver a "dureza de coração" que levou Moisés a dar "carta de divórcio no deserto" com a, digamos, "sensitividade" dos videntes ou profetas. Como o site da vidente em questão se chama "O Elo Perdido", talvez ninguém se ache por lá mesmo...



terça-feira, 30 de março de 2010

9 guerrilheiros "cristãos" presos

Segundo o programa da Rachel Maddow na MSNBC, foram 9 (e não 7, como divulgado anteriormente) os militantes da guerrilha "cristã" Hutaree que foram presos pelo FBI ontem, 29/03/10, e que serão indiciados, entre outros crimes, por conspiração para derrubar o governo americano e promover uma guerra civil. Os meios para atingir este objetivo, de acordo com planos apreendidos com os membros do Hutaree, incluiriam ataques e tocaias a policiais. Segundo informa Maddow no seu programa, Hutaree é um nome que não significa absolutamente nada em inglês, mas teria sido escolhido pelos seus integrantes pelo fato do som da sua pronúncia se assemelhar ao de alguma palavra bíblica, seja lá o que isso queira dizer. No símbolo do Hutaree, aparecem também as iniciais CCR, que remetem ao nome Colonial Christian Republic ("República Cristã Colonial"), numa referência do grupo aos tempos em que os Estados Unidos eram uma colônia formada quase que exclusivamente por religiosos, protestantes e brancos.






segunda-feira, 29 de março de 2010

Milícia "cristã" americana planejava matar policiais

Leio no blog de Frank Schaeffer, que a epidemia taleban continua contaminando radicais da direita chamada "cristã" nos EUA. Segundo fontes da agência de notícias AP, o FBI prendeu sete integrantes da "milícia cristã" Hutaree, suspeitos de planejar ataques a policiais no Meio-Oeste americano, no pior estilo PCC em São Paulo, que infelizmente parece que lançou a moda macabra. Ao que tudo indica, o atentado estaria inserido num plano para desestabilizar o governo Obama depois da aprovação da reforma da saúde pública, além de pintá-lo como o Anticristo. Diante da divulgação do complô, o site do Hutaree (com roupagem camuflada - clique na imagem abaixo) está assim meio fora do ar, mas é assustadora a mistura que eles fazem entre ativismo ideológico e cristianismo, e a maneira como eles se definem dá uma dimensão do seu fanatismo:


HUTAREE; Guerreiro Cristão


Como cristãos nós todos somos parte das Almas do Corpo de Cristo, a única e verdadeira igreja de Cristo. Não quaisquer específicos prédios feitos ou organizações controladas por homens. Esta é a crença do soldado Hutaree, como deveria ser a de todos os seguidores de Cristo.

Nós cremos que um dia, como a profecia diz, haverá um Anticristo. Todos os cristãos precisam saber disso e se preparar, como Cristo ordenou. Lucas 22:35-37, E Ele lhes disse: “E perguntou-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada”. 36 Disse-lhes pois: “Mas agora, quem tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tiver espada, venda o seu manto e compre-a. 37, “Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento.” Isto claramente fundamenta a razão para o treinamento e a preparação dos Hutaree.

Jesus queria que nós estivéssemos prontos a nos defendermos usando a palavra e que estivéssemos vivos usando o equipamento. A única coisa na terra para salvar o testemunho e aqueles que o seguem, são os membros do testemunho, até o retorno de Cristo nas nuvens. Nós, os Hutaree, estamos preparados para defender todos aqueles que pertencem a Cristo e salvar aqueles que não são. Nós ainda espalharemos a palavra, e lutaremos para guardá-la, até o tempo da grande volta.

Ser Hutaree é manter o Testemunho de Cristo vivo, e seguir um lema, João 15:13, “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” Nós esperamos que, através deste website, nós possamos alcançar aqueles que não têm a palavra de Deus e aqueles que estão perdidos em ideias vãs de Cristo. Muitas das coisas que Cristo disse aconteceriam, têm acontecido e algumas coisas ainda estão em vias de acontecer.

Nós todos precisamos saber que todos carregam uma cruz e a cruz do soldado é tão pesada como qualquer outra. Da mesma maneira como Jesus fez, nós devemos também carregar a nossa cruz até o nosso destino a que nossa vida aponta. Todas as pessoas estão tendo um destino pela vontade de Deus e têm que continuar caminhando até o seu próprio Gólgota. Entretanto, muitas pessoas, mesmo cristãs, não concordam com as coisas que nós fazemos, mas tudo o que temos que dizer é que nós não discutiremos sobre a Bíblia, apenas a leremos pelo que ela é. Nós cremos apenas no que a Bíblia diz e não em somente filosofia, como muitos cristãos atuais fazem. Cristo é o nosso rei dos reis e máximo general de todas as coisas, pelo que nós não somos deste mundo, mas vivemos nele.

O Hutaree um dia irá ver seu inimigo e o enfrentará no campo de batalha se Deus assim o quiser. Nós alcançaremos aqueles que ainda estão cegos nos últimos dias dos reinos de homens e os traremos à vida em Cristo. Daniel 11:32-35, “Ainda aos violadores do pacto ele perverterá com lisonjas; mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas. 33 Os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia por muitos dias cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo despojo. 34 Mas, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; muitos, porém, se ajuntarão a eles com lisonjas. 35 Alguns dos entendidos cairão para serem acrisolados, purificados e embranquecidos, até o fim do tempo; pois isso ainda será para o tempo determinado”.




O treinamento deles, com fundo musical alemão, também pode ser visto no youtube:



O segundo vídeo já tem um rock gospel como trilha sonora:

domingo, 28 de março de 2010

Pastorzada pirateia site do Serra

A criatividade de alguns "pastores" piratas não para de aumentar. Segundo noticia a Folha de S. Paulo de hoje, 28/03/10, os sites que foram de domínio de José Serra para campanhas anteriores, tinham sido pirateados por um tal "pastor José Serra", e aproveitados para divulgar "cursos" e "congressos" evangélicos. Segue abaixo a matéria da Folha:

Serra recupera identidade roubada na web

Vítima de "grilagem" na internet, pré-candidato do PSDB aciona Justiça para retomar os endereços que levam seu nome

Empresários por trás de cursos questionados por católicos e evangélicos usavam o domínio do governador desde 2008

ALEC DUARTE
EDITOR-ASSISTENTE DE BRASIL

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vítima de cybersquatting ("grilagem" de domínios de internet), o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, recuperou, por meio de liminar, os endereços joseserra.com.br e joseserra.org.br, que foram registrados em 2008 por uma associação de Minas Gerais que ministra cursos a distância, a maioria de cunho religioso. O PSDB tinha perdido os domínios em 2002, por deixar de pagar a manutenção de R$ 30 anuais por cada endereço.

O Núcleo de Informação e Coordenação Ponto BR (entidade que administra o registro de domínios no país) havia recusado uma demanda oficial do PSDB para retomar a posse dos endereços. O contrato que rege essa relação preserva alguns direitos da primeira pessoa a solicitar determinada URL, desde que ela consiga comprovar a legitimidade da demanda.

Frustrada a tentativa de reaver o domínio, a assessoria jurídica dos tucanos entrou, no dia 11, com ação na Justiça, alegando uso abusivo da imagem de Serra, além da reprodução ilícita dos símbolos do PSDB.

Na ação, que inclui pedido de indenização por danos morais, os advogados de Serra reproduzem documento em que os atuais proprietários do domínio se dizem dispostos a vendê-lo a um madeireiro no Pará, homônimo do governador.

Segundo o advogado Ricardo Penteado, a associação mineira sinalizou a hipótese de venda do domínio, o que por si só já justificaria a retomada da URL. Penteado chama de insólita a versão dos donos do domínio, já que o site exibia fotos de Serra, atribuindo ao governador a autoria de textos publicados.

Na última quinta-feira, o juiz João Omar Marçura determinou, liminarmente, o cancelamento do domínio e aplicação de multa diária de R$ 500 em caso de seu descumprimento.

Um dos responsáveis pela comunicação na campanha de Serra, Eduardo Graeff admite que a manutenção do registro nas mãos da associação causaria prejuízo à candidatura.

"Para a comunicação de Serra, não chega a ser uma tragédia, mas é um ruído", disse.

Os indícios de cybersquatting não sensibilizaram o órgão regulador, e a disputa entre o tucano e Magnus Carlo de Oliveira Costa, 26, ganhou outra versão: além do madeireiro, haveria outro homônimo.

"O domínio não é meu, apenas uso em comodato", afirmou à Folha Magnus, que até ontem ainda aparecia numa foto no endereço www.joseserra.com.br. Dizendo-se fã do governador, a quem chama de "futuro presidente do Brasil", o empresário diz que o domínio foi cedido por José Marcelino de Mirando, ou o "pastor José Serra" -sobre quem não há qualquer menção na web.

"Como todo pastor, ele é amante das almas e sempre luta contra a criminalidade, prostituição infantil, drogas, alcoolismo e outros. Viajou demais por todo o Brasil fazendo trabalho missionário e está muito doente", contou Magnus.

O empresário administra em Ituiutaba (MG) com seu pai, o advogado Omar Silva da Costa, uma empresa de cursos à distância que, entre outros temas, oferece formação específica em capelania e até um doutorado em Teologia da Divindade.

Ambos aparecem vinculados a uma dezena de entidades supostamente religiosas e que combateriam as drogas que registraram domínios com a extensão ".br". Todas vendem palestras e cursos de, em média, 90 dias e que podem ser adquiridos diretamente na internet por cerca de R$ 300.

Entidades evangélicas acusam os empresários de plágio e grade curricular inadequada. A igreja católica também manifestou contrariedade porque a imagem do Papa Bento XVI foi usada num dos sites dos empresários para referenciá-lo. A página www.cursodepadre.com.br, cujo domínio estava em nome de Magnus e foi alterado para o de uma mantenedora de sites, saiu do ar e foi redirecionada para o Google.

Magnus se diz vítima de perseguição religiosa. "A religião é livre no Brasil, e cursos católicos de natureza estritamente religiosa, também. Entendo que há intolerância religiosa e tentativa de danos morais."

No site joseserra.com.br, o tal Dr. Magnus Carlo se apresenta como "o maior escritor do mundo" e "amigo do Kaká", entre várias outras honrarias europeias (clique nas imagens para visualizar melhor):





Já o site joseserra.org.br anuncia uma Cruzada Evangélica no Triângulo Mineiro, promovida pelo Conselho de "Pastor" [sic] de Ituiutaba, com a gloriosa presença adivinha de quem? Sim, senhores, dos pop stars evangélicos Marco Feliciano e Régis Danese:



Mas, calma, isso ainda não é tudo. Os "obreiros" em questão não pirateiam apenas sites de políticos. Segundo a própria matéria da Folha informa, também estão invadindo searas católicas e promovendo cursos de padres. A Folha fala e mostra que o link apontado por eles foi retirado do ar, mas nossos amigos deram um jeito, colocando umas extensõezinhas básicas. Vocês podem visitá-los no site http://www.cursodepadre.com.br/index.php .

Como muito provavelmente sairão do ar rapidinho também, vamos dar uma olhada em algumas pérolas do site do curso de padres. Primeiro, se apresentam como "Seminário de Teologia Católica", utilizando uma imagem do papa que - supostamente - os aprovaria:



Além da onipresença de links para doações, oferecem o famosíssimo "óleo ungido" em várias versões de novena e também o curso Tabajara de teologia católica por correspondência para homens e mulheres católicos. Talvez estejam querendo incentivar o sacerdócio católico feminino:



O esforço para montar a arapuca é grande, tanto que colocam nomes de tudo quanto é padre nas tags para estarem sempre em alta nas buscas do Google, que termina levando os neófitos e incautos à página e ao curso deles:



Mas a cereja do bolo é a sua oportunidade única de conquistar um Prêmio Nobel. Sim, senhores, o cursodepadres.com oferece a você a chance imperdível de ganhar um prêmio Nobel:



Os critérios para a escolha do prêmio Nobel (o seu!) são bastante, digamos, elásticos. Você pode ganhar um prêmio Nobel deles assim na maciota. Não precisa ser um só que vai ganhar, pode haver milhares de ganhadores num ano, e além disso, se você não ganhar este ano, pode ganhar no ano que vem, ou a qualquer momento, vai saber, né...

Na página em que eles oferecem os prêmios Nobel, há várias categorias, como Antidrogas, Administração, Caridade, Oratória, Teologia, Combate às Drogas (de novo!?), Escritor, Professor, etc. Curiosamente, não existe a categoria de Picaretagem...



Leia também a notícia de março de 2011:

Pastorzada que pirateou site do Serra agora dá curso de gandula


Tudo se copia, até na Disney!

Você é o rei (ou a rainha) do CTRL C + CTRL V? Sente uma pontinha de culpa por dar tanto copy/paste nos seus trabalhos? Pois você está em excelente companhia! Até a Walt Disney reaproveita e recicla os seus próprios trabalhos:


sábado, 27 de março de 2010

Um corpo que cai

Na última madrugada, o resultado do júri do casal Nardoni foi recebido pelos presentes ao Fórum Regional de Santana como a final de um campeonato, com intensa vibração e espoucar de fogos. Além da satisfação popular com a justiça sendo servida, o que não deixa de ser algo bom, o fato revela este fascínio atávico que a morte exerce sobre o ser humano, a ponto de ser celebrada morbidamente, ainda que sob a roupagem de comemoração do justo. No fundo, a miséria humana - que nos inocula a todos - fica estampada em nossas faces jubilosas com o poder do Estado que assume e sublima nosso desejo coletivo de vingança. Quando o criminoso é condenado, não é só o mal que injustamente perpetrou que lhe está sendo justamente retribuído, mas também nossa sede de sangue que está sendo ilusoriamente saciada, já que há uma corrente desigual de rubros líquidos vitais rotineiramente derramados e ressarcidos desde que o mundo é mundo. Não por acaso, o relato bíblico do primeiro assassinato, de Abel por Caim, este último revela uma total indiferença pelo outro, enquanto a terra clama pelo sangue do irmão. Paradoxalmente, Deus não quer que o sangue de Caim substitua o de sua vítima (Gênesis 4:15). Mesmo quem não crê na inspiração e literalidade da Bíblia, e vê aí um mito, percebe que estamos diante de um paradigma, um arquétipo de todos os assassinatos da História. O sangue injustamente derramado nos une, nos nivela e nos transcende. Seis mil anos de inteligência humana no planeta - historicamente registrada - não foram suficientes para preparar-nos para a morte vã e estúpida do ente querido. A moderna espetacularização midiática do crime faz com que este mesmo ente, querido por poucos, seja amado e perdido por muitos, pois a indefesa Isabella se tornou imaginariamente a nossa filha, neta, irmã, a ovelhinha angelical que o lobo – travestido de ovelha maternal – levou. Quando o assassino é punido, celebramos tanto a pena aplicada como – inconfessavelmente – o sangue que foi, é e continuará sendo derramado nesta morta roda viva sem fim. A satisfação da justiça é passageira, dura até o próximo crime que tenha tanta repercussão popular.

Como cristãos, sabemos que o ser humano jamais se satisfará com o círculo vicioso da morte-punição-morte, ainda que equivocadamente pense – por alguns segundos – que uma sentença possa resolver o problema. A terra seguirá clamando pelo sangue inocente derramado. Sabemos que, por nossa maldade intrínseca, somos todos merecedores de uma sentença de morte, mas a condenação alheia nos aplaca momentaneamente o desejo de olhar para o nosso interior e ver que a nossa salvação depende de uma ajuda externa infinitamente superior a qualquer esforço humano de justiça. Só quando nos damos conta desta verdade particular e universalmente incontornável que o puro sangue do Cordeiro de Deus entra em nossas vidas e rompe – para sempre – os laços mórbidos que nos prendem a este mundo injusto, capacitando-nos a celebrar continuamente a vida, apesar de tudo e de todos, aqui e no porvir.

Mesmo que os réus, Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, saibam no seu íntimo que são culpados, para seguir vivendo precisam – pelo menos – tentar apagar de suas memórias o inominável e acreditar que não foram eles que cometeram o ato cruel e absurdo de que são acusados, necessidade mitômana que também acossa seus pais, que não podem continuar suas vidas com a certeza de que geraram monstros. Já nós, que formamos a plateia ocasional do grotesco espetáculo, não gostamos de ser lembrados de que somos seres caídos, Nardonis e Jatobás de um paraíso momentaneamente inatingível, e a desgraça na casa ao lado nos dá um conforto efêmero de que não somos tão maus assim. Soltamos rojões, mas mentimos todos, enfim...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Seminário Batista do Sul pode ser fechado

A notícia do site Gospel+ é triste para todos aqueles que, como eu, conheceram gente boníssima, aprenderam muito e foram discipulados por pastores formados no histórico Seminário Batista do Rio de Janeiro:


Seminário Batista do Sul, um dos maiores do Brasil, pode ser fechado


Depois de 94 anos de funcionamento o Seminário Teológico Batista do Sul (RJ) corre o risco de fechar. A má administração financeira que perdura há alguns anos é o motivo para que o seminário encerre suas atividades. Mas essa notícia não foi bem aceita por todos os alunos e professores da instituição.

Para que o seminário não feche, nem venda parte de sua propriedade para o pagamento de dívidas e salários de funcionários, alunos iniciaram a campanha “Eu amo o Seminário Batista do Sul” em um blog. Na página há um pedido de ofertas para o pagamento de débitos e auxílio para professores e funcionários que necessitam de um apoio. De acordo com o site, até o momento foram recebidos R$ 800,00 por meio de uma conta bancária, aberta especialmente para a criação deste fundo.

Mas a medida tem gerado polêmica e dividido opiniões entre professores, funcionários e alunos. A medida de emergência foi duramente criticada pelo professor Ezequias Amâncio.

Em um artigo o professor e pastor contou sua história dentro do seminário desde a época em que era estudante declarou “seu amor” pelo seminário, porém disse não apoiar a campanha, chamando-a de “ingênua” e “infantil”.

“Digo e repito que a campanha ‘eu amo o seminário do sul’ é ingênua e infantil porque certamente não serão as parcas doações de crentes sinceros que saldarão as dívidas e nem tão pouco elas serão suficientes para tornar ‘economicamente viável’ uma instituição centenária, mas que amealhou ao longo dos anos erros de gestão, apadrinhamentos denominacionais e que hoje convive em uma encruzilhada em ser uma ‘casa de profetas’ ou uma ‘casa de profissionais da religião’”, escreveu Ezequias Amâncio.

O professor ainda escreve que os recursos para pagar os débitos do seminário não podem ser resultado dos desvios de outras instituições. Ele propôs que primeiramente o seminário deveria fechar seus cursos para a realização de um balanço financeiro para o descobrimento dos dividendos e que reabra para cursos de pós-graduação e atualização pastoral em uma estrutura mais enxuta. Outra proposta feita por ele é que o Conselho do seminário analise a possibilidade de vender parte de sua propriedade.

Já para Cleudair Godoi, aluno do 5º ano de teologia, o seminário tem uma grande importância histórica e não pode ser fechado. Ele escreve no blog “euamooseminariobatistadosul” que mesmo com tantos esforços para a angariação de fundos para o seminário esse fato não gera nenhum tipo de reconhecimento por parte dos líderes.

Em relação à venda, o estudante escreveu: “penso que o modo mais vil de destruir a memória dos batistas do Brasil é prosseguir com essa ideia. O Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil tem cumprido seu papel a mais de 100 anos, formando lideres conhecidos e reconhecidos por nós, o povo batista brasileiro. Com a venda, ainda que parcial, estaremos interrompendo este processo. Nossas igrejas precisarão rever o perfil de seus futuros líderes ‘formados no seminário do sul’. As dificuldades na busca de novos líderes só tendem a agravar-se. Se está difícil, se tornará ainda pior”.

Até o momento a direção do seminário ainda não decidiu o futuro da instituição. O seminário já formou 3.000 alunos em Teologia, Música Sacra, Educação Cristã e Pedagogia.

Lula no Habib's

Vi no blog Cristão Confuso e rachei o bico:

quarta-feira, 24 de março de 2010

Não minta no currículo

Manja aquela "incrementada" que você dava no seu currículo quando o entregava de porta em porta ou o enviava pra todos os classificados do jornal? Aquele inglês macarrônico que você jura que é fluente? Aquele emprego que você nunca teve? Aquele curso de culinária de abobrinha no Sri Lanka que você nunca fez? Pois é, esses dias estão contados, segundo a notícia abaixo, do Jornal da Tarde de hoje:


Mentir no currículo poderá dar cadeia


Inglês fluente, curso em Paris etc. Projeto de lei quer punir quem exagerar nas qualificações

Paulo Darcie,
paulo.darcie@grupoestado.com.br

Fluência em inglês, espanhol e sânscrito; curso de Desenvoltura Mental; pós-graduação em Ciências Cognitivas... Esses e outros tópicos podem levar a outro local que não o de um novo emprego. É que tramita no Congresso projeto de lei que pede cadeia para quem mentir sobre dados pessoais, qualificações e realizações profissionais em currículo.

A proposta prevê novo artigo no Código Penal específico para a falsidade de diploma, e o ‘ficcionista’ seria punido com reclusão de dois meses a dois anos por falsificar currículo inteiro ou parte de um – seja ele do próprio falsário ou de outra pessoa. De autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Se aprovado, deve ainda passar pelo crivo do Senado.

A ideia é evitar casos como do ex-presidente da BMW no Brasil, que, em 1998, deixou o cargo após suspeitas de não ter feito alguns dos cursos, inclusive de doutorado, que exibia no currículo.

O assunto criou polêmica, também, em julho do ano passado, quando a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu não ter concluído mestrado na Unicamp, que aparecia como completo em seu currículo Lattes. Para tentar aliviar a barra da ministra, o senador Aloísio Mercadante insinuou que o governador de São Paulo, José Serra, mentia que teria concluído curso de engenharia na USP.

Mas o mercado não aposta muito na eficácia do projeto. Para a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Saad, dificilmente uma empresa compraria a briga. “Detectar currículos falsos requer estrutura e é custoso. Para a empresa não vale a pena denunciar; ela apenas deixa de contratar”, afirma. “E outra: e se o selecionador errar e denunciar um currículo que não é falso? Vai gastar muito para se defender”, completa.

Especialistas, no entanto, lembram que não é comum encontrar mentiras “pesadas” em currículos, e que os RHs exigem cada vez mais dos candidatos já selecionados documentos que comprovem as certificações e diplomas. As mentiras mais comuns são as menores, segundo o diretor do site de recrutamento profissional Monster, Rodolfo Ohl. “O mais comum é aumentar o tempo de permanência em um cargo e suas incumbências na função”, diz ele.

Há também informações abstratas, que, segundo Elaine, dificilmente podem ser chamadas de ‘mentirosas’. A fluência em um idioma pode ser diferente para duas empresas, afirma ela. “Depende do que o contratante espera do candidato. Certo é que ela avalie com um teste que determine o que é ‘fluente’ para ela”, diz.

Mentir no currículo, no entanto, nunca foi e nunca será bom negócio. “Os selecionadores têm ferramentas para detectar mentiras na entrevista, aprofundando os assuntos”, afirma Ohl. “O mentiroso pode até ser contratado, mas, se não for qualificado para o serviço e não der conta, logo estará fora”, afirma Elaine.

Meu comentário: Infelizmente, o deputado em questão, ex-governador do Estado do Mato Grosso, não incluiu no projeto a criminalização da mentira dita por esses sujeitos de currículo limpíssimo, os políticos. Deve ser porque é muito menos danosa que uma mentirinha no currículo, né não?

terça-feira, 23 de março de 2010

Praga de guru não pega

Os vídeos abaixo mostram um confronto surreal que - talvez - não esteja tão longe de acontecer na TV brasileira. É que na TV da Índia, um guru chamado Pandit Surender Sharma vinha aproveitando há alguns anos a exposição midiática para fazer, digamos, "propaganda" dos seus superpoderes (vai dizer que você nunca viu algum "pastor" fazer o mesmo por aqui?). O problema é que, entre os poderes que o guru invocava estava o de matar outra pessoa apenas com a força de suas mandingas. Tudo ia bem numa das aparições televisivas - ao vivo - do tântrico Pandit quando alguém se levantou na plateia e se dispôs a ser morto pelos poderes místicos do guru. Este alguém era Sanal Edamaruku, que ironicamente se colocou à frente para servir de cobaia humana do fatal feitiço tântrico. Você não precisa entender hindi para ver que, por longos e constrangedores 30 minutos, o guru tentou de tudo enquanto o candidato à morte zombava dele, até que (no fim do 2º vídeo) o místico disse que o deus de Edamaruku era muito forte e estava protegendo-o, e a resposta deste foi contundente: "eu não acredito em deuses, sou ateu!". Diante da revelação, o Pandit marcou uma cerimônia para mais tarde (3º vídeo) onde deu uma incrementada nos seus feitiços por uma hora, mas nem assim conseguiu mandar o ateu pro beleléu.

Além do fato contribuir para aumentar o inesgotável arsenal de esquisitices religiosas, os (verdadeiros) evangélicos brasileiros devem se precaver contra aqueles "pastores" televisivos que vivem propondo "desafios" de todo tipo, desde a venda de objetos supostamente sagrados, "unções financeiras" de 900 paus, até videogames pastorais reais, como aconteceu alguns dias atrás, quando Valdemiro Santiago desafiou - dissimuladamente - os "pastores" da Universal a fazerem um combate público ao estilo de Elias e os profetas de Baal (1ª Reis 18), onde Deus comprovaria quem está falando a verdade. Se isto chegar a acontecer um dia, muito provavelmente será o momento de conferir o antigo ditado lusitano: "mal por mal, venha o diabo e escolha!".









P.S.: li a notícia no Times Online

Celibato e pedofilia na Igreja Católica

Artigo do teólogo católico Hans Küng, na Folha de S. Paulo do último domingo:

A última tentação de Cristo

Celibato contradiz os Evangelhos e é a principal causa de abusos sexuais no interior da igreja, diz teólogo

HANS KÜNG

Casos graves de abusos sexuais contra crianças e adolescentes por sacerdotes católicos foram reportados em grande número nos EUA, na Irlanda e agora na Alemanha.

Isso representa um imenso problema de imagem para a Igreja Católica e coloca em destaque a profunda crise que ela enfrenta. Falando pela Conferência dos Bispos da Alemanha, o presidente da organização, arcebispo Robert Zollitsch, de Freiburg (Alemanha), apresentou uma declaração pública inicial.

Que Zollitsch tenha classificado os casos de abuso como "crimes ultrajantes" e que o plenário da conferência, em comunicado de 25 de fevereiro, tenha pedido perdão a todas as vítimas deles serve como primeiro passo para corrigir esse erro imperdoável.

Mas novos passos precisam ser dados. Além disso, a declaração de Zollistch continha três erros atrozes que não podem passar sem refutação.

1. Asserção errônea: o abuso sexual praticado pelos sacerdotes não tem qualquer relação com o celibato.

Objeção! Não se pode negar que abusos como esses também podem ser encontrados em famílias, escolas, associações e igrejas que não adotam regras de celibato.

Atitude repressiva

Mas por que eles são tão especialmente recorrentes na Igreja Católica, sob liderança celibatária?

Naturalmente, o celibato não é a única causa de delitos de conduta como esses. Mas é a mais importante e serve estruturalmente como a maior expressão da atitude repressiva da igreja com relação à sexualidade em geral, uma atitude que também é revelada na questão do controle da natalidade e outros assuntos correlatos.

A leitura do "Novo Testamento" basta como esclarecimento: Jesus e Paulo praticavam o celibato como forma de estabelecer um exemplo para seu ministério, mas permitiam plena liberdade sobre o assunto a cada indivíduo.

Livre escolha

No que tange aos Evangelhos, o celibato só pode ser afirmado como uma vocação adotada por livre escolha, e não como lei de aplicação geral. Paulo contradisse enfaticamente aqueles que, em sua era, assumiram a posição de que "é correto que um homem não toque uma mulher", replicando que, "devido a casos de imoralidade sexual, cada homem deveria ter sua mulher, e cada mulher deveria ter seu marido" (1 Coríntios, 7:1-2).

De acordo com a "Primeira Epístola a Timóteo", "um bispo deve ser irreprochável, marido de uma só mulher" (1 Timóteo 3:2): O texto não afirma "marido de mulher nenhuma". 

Pedro e os demais apóstolos eram homens casados, e seus ministérios não sofreram por isso. Durante muitos séculos, essa continuou a ser a regra prática para bispos e sacerdotes, e nas igrejas do rito oriental, tanto a Ortodoxa quanto nas que se mantiveram unidas a Roma, continua a ser a regra, ao menos para os sacerdotes, até hoje.

A lei romana do celibato contradiz os Evangelhos e veneráveis tradições católicas. Deveria ser abolida! 2. Asserção errônea: é "completamente errado" atribuir os casos de abuso a um defeito sistêmico na Igreja Católica.

Objeção! A regra do celibato praticamente não existiu durante o primeiro milênio da igreja.

Ela foi introduzida no Ocidente no século 11, por monges (que optaram livremente pelo celibato), especialmente o papa Gregório 7º, e implementada contra a vigorosa oposição do clero na Itália e na Alemanha -onde a oposição era tão feroz que apenas três bispos ousaram promulgar o decreto romano. Milhares de padres protestaram contra a nova lei.

Em petição, o clero alemão objetou: "Será que o papa não reconhece a palavra do Senhor "que isso seja aceito por aqueles que o desejem'"?

Nessa declaração -a única quanto ao celibato que existe nos Evangelhos-, Jesus fala claramente em favor da livre escolha de um estilo de vida.

A regra do celibato, assim como o absolutismo papal e o clericalismo restrito, se tornou um dos pilares centrais do "sistema romano".

Em contraste com as igrejas do rito oriental, o clero do Ocidente, especialmente devido ao celibato, veio a se distinguir total e completamente do restante do povo cristão; uma classe social única e dominante, radicalmente superior à classe laica, mas completamente subordinada ao papa romano.

Qual seria a melhor solução para o problema de recrutamento de futuros padres? Bem simples: abolir a regra do celibato, que é a raiz de todos esses males, e permitir a ordenação de mulheres. Os bispos sabem disso, mas não têm a coragem de admiti-lo em público.

Comissão independente

3. Asserção errônea: os bispos aceitaram suficientemente a sua responsabilidade.

É claro que é bom ouvir sobre as medidas rigorosas que estão sendo tomadas agora para revelar casos de abuso e prevenir sua repetição futura.

Ainda assim, é preciso perguntar se os próprios bispos não são responsáveis pelas décadas de acobertamento de casos de abuso, por muitas vezes não terem tomado medidas sérias, limitando-se a transferir sigilosamente os predadores.

Será que não deveriam ser criadas comissões independentes para enfrentar esses casos?

Por motivos de discrição, a sigilosa Congregação para a Fé, do Vaticano, no passado assumiu jurisdição exclusiva sobre todos os casos de delitos sexuais praticados por padres e, com isso, entre 1981 e 2005, todos esses casos foram encaminhados ao seu prefeito, o cardeal Ratzinger [o atual papa Bento 16].

Em 18 de maio de 2001, por exemplo, o cardeal Ratzinger enviou aos bispos de todo o mundo uma "Epistula de Delictis Gravioribus", uma epístola solene quanto a crimes sérios, a qual dispunha que os casos de abuso seriam colocados sob "secretum Pontificium", ou "segredo papal", cuja violação acarreta sérias penalidades eclesiásticas.

Será que a igreja não tem direito a um "mea culpa", vindo do papa bem como do colégio de seus bispos?

E esse ato de contrição não deveria estar vinculado a um ato de reparação, o qual admitisse por fim que a regra do celibato, cuja discussão não foi permitida no Concílio Vaticano 2º [1962-65], deveria ser submetida ao julgamento livre e aberto de toda a igreja?

É hora de usar a mesma abertura com que a igreja está por fim enfrentando os casos de abusos para atacar uma de suas causas estruturais: a regra do celibato.

A íntegra deste texto saiu nos jornais "New York Times" e "Le Monde".
Tradução de Paulo Migliacci.

Ghost TV

Segundo a notícia da Folha Online abaixo, a Globo parece ter entrado com tudo na guerra religiosa que se alastra pela televisão brasileira, que deveria ser um meio de comunicação plural, laico, educativo e cultural, e está se transformando num campo de batalha de ideologias travestidas de "teologias" da pior qualidade.


No centenário de Chico Xavier, Globo terá novela e série com tema espírita


VITOR MORENO
da Folha Online

O ano do centenário do líder espiritual Chico Xavier vai ser "comemorado" pela Globo com a exibição de uma novela e de uma série com temática espírita, que entrarão na programação da emissora neste ano.

Prevista para estrear na segunda-feira, dia 12 de abril, a novela "Escrito nas Estrelas" vai ter como um de seus protagonistas um estudante de medicina, Daniel, que morre logo no primeiro capítulo. Ele vai participar de toda a trama como um espírito.

"Quis trazer para a trama inquietações transcendentais pelas quais todos passamos. Acredito que o tema da espiritualidade é um bom pano de fundo para uma obra de ficção, para uma bela história de amor", afirmou a autora, Elizabeth Jhin.

Daniel será vivido por Jayme Matarazzo, filho do diretor Jayme Monjardim. Além dele, a novela contará no elenco com Humberto Martins, Cássia Kiss, Nathália Dill, Marcelo Faria, Débora Falabella e Zezé Polessa, entre outros.

Série

Outra produção com temática espírita anunciada pela Globo é "A Cura", escrita por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein. A série deve entrar na grade da Globo no segundo semestre, após o fim da temporada de "Justiça para Todos" --que, por sua vez, sucederá "Força Tarefa".

Na trama, que se passará no interior de Minas Gerais, um jovem médico é acusado de matar um colega. Contudo, ele descobre que tem o dom de curar pessoas por meio de cirurgias espirituais, feitas pelo espírito do colega morto. O espírito avisa ainda ao médico que a vida dele também está ameaçada.

O seriado deverá ser protagonizado pelo ator Selton Mello.

Filme e reprise

A GloboFilmes, divisão cinematográfica da Globo, também entrou na onda de produções de temática espírita. Ela estreia o filme "Chico Xavier", sobre a vida do líder espiritual, no dia 2 de abril, quando ele completaria 100 anos.

Sob direção de Daniel Filho, o elenco conta com Giovanna Antonelli, Letícia Sabatella, Tony Ramos, Christiane Torloni, Nelson Xavier e Ângelo Antônio.

Além das novidades, a Globo terminou de exibir neste mês a novela "Alma Gêmea", que tratava de reencarnação. A reprise começou em agosto de 2009.

A novela garantiu bons índices de audiência para o "Vale a Pena Ver de Novo", chegando a superar as tramas inéditas das 18h ("Cama de Gato") e das 19h ("Tempos Modernos").

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Taleban do Texas

O artigo abaixo, do jornal O Estado de S. Paulo de ontem, dá uma dimensão de até que ponto o radicalismo em nome da fé pode chegar, mesmo que ela se diga "cristã" e - contraditoriamente - renegue valores básicos como amor, respeito ao diferente e convivência pacífica:


Taleban do Texas ataca ''pecadores''


21 de março de 2010 | 0h 00

Patrícia Campos Mello, AMARILLO (EUA) - O Estadao de S.Paulo

Eles ficaram conhecidos como o "Taleban do Texas". O grupo extremista cristão Repent Amarillo (Arrependa-se Amarillo) vem aterrorizando essa cidade no coração do Cinturão da Bíblia no Texas. Depois de traçar um "mapa de guerrilha espiritual" com todos os estabelecimentos "anticristãos" de Amarillo - bares gay, casas de swing e strip-tease, grupos pagãos, ciganas que leem mão, igrejas que aceitam gays, shows de heavy metal - eles foram atrás dos ímpios com cruzes de madeira, cartazes, alto-falantes, e muita intimidação. Já conseguiram fechar a casa de troca de casais Route 66 e o bar de strip-tease Crystal Pistol. E sua campanha de intimidação resultou na demissão de pelo menos dois "pecadores", denunciados pelo Repent Amarillo para seus empregadores.

O "pastor" David Grisham, que trabalha como segurança em uma fábrica de armas nucleares, é o líder do Exército de Deus Repent Amarillo. "Eu era um fornicador e adúltero", diz Grisham. "Mas agora estou expondo todos os pecadores, vamos recuperar nossa cidade para Jesus Cristo."

O grupo começou a atuar no final de 2008, época em que o presidente Barack Obama foi eleito. "Nosso país está se afastando de Deus, estamos nos transformando em uma sociedade devassa e Obama é sintoma disso", diz Grisham.

Em sua cruzada contra pecadores, David é acompanhado de Tracy Grisham, sua quarta mulher, também uma "ex-adúltera confessa", que trabalha como técnica de raio X no hospital de Amarillo. "Big" John Leinen, o terceiro da hierarquia, era de uma gangue.

O Repent Amarillo ficou famoso quando liderou uma campanha de boicote à candidata à prefeitura de Houston Annise Parker. Perderam a batalha: Annise tornou-se a primeira lésbica assumida a governar uma grande cidade americana.

Mas eles conseguiram acabar com a vida de Monica e Mac Mead, donos do clube de swing Route 66. Monica é uma avó de 47 anos, casada há 12 anos com Mac, motorista de caminhão. Ela e o marido promoviam festas de troca de casais no Route 66. Eram todos moradores de Amarillo, caminhoneiros, taxistas, professoras primárias e donas de casa de meia idade.

Russell Grisham, filho de David de 20 anos que já foi condenado por pirataria na internet, postou nomes e fotos dos participantes do clube de swing. Eles anotaram as placas dos veículos de frequentadores e começaram a ligar para o local de trabalho das pessoas e denunciá-las. "O senhor sabia que o seu funcionário participa de um grupo de troca de casais?" Dois foram despedidos.

Exposição era tudo o que os frequentadores da casa de swing não queriam nesta cidade ultraconservadora. "Aqui, todo mundo é republicano, tem armas e não se anda dois quarteirões sem ver uma igreja", diz a advogada Cristal Robinson. Em 2008, o republicano John McCain obteve quase 80% dos votos na região onde fica Amarillo, o Texas Panhandle. Aqui, uma das principais indústrias é "venda de fianças com desconto", todo mundo fuma em tudo quanto é lugar e não se vende remédio de resfriado sem receita médica, porque os ingredientes são usados para fabricar a droga meta-anfetamina.

"Amarillo é uma cidade conservadora?", perguntou o Estado ao taxista Ray Cushin. "De jeito nenhum, agora está cheio de casamento interracial, um absurdo. Um monte de mulher branca casando com negros."

Revelação. Cristal é uma das poucas pessoas da cidade a defender abertamente as vítimas do Repent Amarillo e está processando o grupo por "arruinar a empresa" de Monica e Mac. A filha de Monica ficou sabendo do "estilo de vida" da mãe após o caso aparecer no noticiário local. Ela nunca mais falou com a mãe. Monica não vê seus quatro netos há mais de seis meses. "Minha vida tornou-se muito solitária", disse Monica. Ninguém mais aluga o Route 66 para festas e ela declarou falência.

O Repent Amarillo animou-se com o fechamento do Route 66. "Era o troféu da imoralidade em Amarillo, que foi exposto e morreu", disse Grisham. No ano passado, eles conseguiram impedir a exibição da peça Bent, sobre perseguição de homossexuais na Alemanha nazista. Na véspera da estreia, ligaram para os bombeiros e denunciaram a falta de uma licença no estabelecimento.

Em novembro, depois de muitos protestos em frente ao bar de strip-tease Crystal Pistol, denunciaram irregularidade na licença do estabelecimento, que foi fechado.

A polícia não faz nada, argumentando que o Repent Amarillo está exercendo seu direito à livre expressão. "A Primeira Emenda está viva em Amarillo", diz Marcus Norris, secretário de Justiça da cidade. "Já defendi casos de Primeira Emenda, mas isso não é intimidação", diz Cristal.

Diante do impasse, alguns moradores já pensam em formar milícias para defender-se. "Todo gay de Amarillo deveria ter uma arma, para se proteger", diz Roy Rhyne, que trabalha no hospital batista, é gay e já foi assediado pelos extremistas.

domingo, 21 de março de 2010

O padre médium

Pois é, galera, não é à toa que a Globo vai lançar mais uma novela com temática espírita. Afinal, este Brasilzão é terreno fértil para todo tipo de mistura esotérica. Agora até "padre médium" nós temos. O padre Miguel Fernandes mora em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, diz incorporar o espírito do frei Fabiano de Cristo todo sábado à tarde, e circula o país dando atendimentos "espirituais".... duvida? Então veja os vídeos abaixo:




sábado, 20 de março de 2010

O reverendo pirata

Conheça o "reverendo vidente" Francisco Silva, mais um dos "reverendos", "apóstolos", "bispos" e "pastores" piratas que infestam a nação brasileira, que além de montarem "igrejas" piratas pra receber "dízimos" piratas em contas piratas, montam rádios piratas na maior cara (e perna) de pau... 

Toma cuidado, "reverendo"! 

Pau que bate em Chico também bate em Francisco... se bem que o nome dele deve ser pirata, pra variar um pouco...





segunda-feira, 15 de março de 2010

Tudo em família

Notícia do site Gospel+:


Apóstolo Estevam Hernandes unge sua filha a “bispa” da Igreja Renascer


Por Renato Cavallera em sexta-feira, 12 março 2010

Filha de Estevam Hernandes e Sônia Hernandes, fundadores da Renascer, Fernandas Hernandes foi a segunda da família a ser ordenada ao cargo de bispo da denominação, sendo o primeiro o Bispo Tid, que atualmente está internado na unidade semi-intensiva após complicações em uma cirurgia.

A anteriormente conhecida como Pastora Fê, Fernanda foi, segundo a doutrina da Igreja Renascer, “ungida” a “bispa” por seus próprios pais durante a chamada “ceia dos oficiais” da Igreja Renascer em Cristo, celebrada no dia 6 de março.

Via twitter, Fernanda descreveu o sentimento de ser ungida bispa: “Gloria a Deus nossa estou muito feliz. Que Deus me capacite quero honrar essa unção com a minha vidaaaaaaa”.

Em 2007 a cantora Fernanda Brum escreveu uma música em homenagem a então Pastora Fê.

Fernanda Hernandes já esteve envolvida em alguns casos na justiça, como quando teria supostamente recebido R$95 mil da Assembléia Legislativa de São Paulo sendo um funcionária fantasma que apenas recebia o salário mais não trabalhava.

Um dos mais famosos casos envolvendo a Igreja Renascer e a justiça teve como testemunha ocular a Pastor Fê. Fernanda Hernandes estava com seus pais e líderes da Renascer, Estevam e Sonia Hernandes, quando eles foram presos ao tentar entrar nos Estados Unidos com US$ 56, 5 mil, após declarar apenas US$ 10 mil. O dinheiro não declarado estava escondido em um porta-cd e em um Bíblia. Seus pais foram presos e ela e o irmão, Felipe Hernandes, liberados depois de prestarem depoimento. Após o acontecimento Fernanda declarou: “Fiquei no aeroporto por 9 horas com meus filhos, sem noticias do Apóstolo e da Bispa”, queixou-se e afirmou “só falei com a Bispa Sonia ontem. No lugar em que esteve, converteu 29 pessoas!”.

A ordenação de Fernanda Hernandes a Bispa da Renascer aconteceu dias depois após o anúncio da saída de Zé Bruno do mesmo cargo. A Igreja Renascer possui cerca de 72 bispos em sua organização.

Fonte: Folha Renascer e Gospel+

NOTA Gospel+: Na lingua portuguesa não existe a palavra “bispa”, por isso a mesma se encontra entre aspas no título. Utilizamos o termo devido ao mesmo ser utilizado na Igreja Renascer.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco, o líder religioso

Artigo de Ricardo Feltrin na Folha Online de hoje mostra uma faceta de Glauco que poucos conheciam:

Glauco foi líder religioso amoroso, mas exigente com discípulos

RICARDO FELTRIN
secretário de Redação da Folha Online

"Eu vi o meu povo amarrado
Todo acorrentado por falta de amor
Minha mãezinha estava comigo
E me sustentava com seu grande amor."

(Chaveirinho, "Águia Dourada", hino nº 15, por Glauco Vilas Boas)

Uma vez Glauco sonhou que a igreja que ele criou, a Céu de Maria, no Jaraguá, era invadida por pessoas que fugiam de São Paulo. No sonho, contou Glauco, as pessoas fugiam da cidade desesperadas, por causa da violência, e ele temeu não ter como ajudá-las, pois eram muitas.

Glauco relatou esse sonho durante um ritual em 2000, no dia em que recebia e celebrava a iniciação de mais um grupo em sua igreja, na chamada cerimônia de "fardamento" --quando os fieis são oficialmente iniciados na doutrina.

Glauco ganhou o título de padrinho ao fundar a igreja Céu de Maria em meados dos anos 90, mas sua origem religiosa é muito anterior a isso. Ele contava que teve a primeira epifania mística ao ler livros de Carlos Castaneda, escritor e guru de uma geração, e autor entre outras obras do clássico "A Erva do Diabo". Definia Castaneda como o grande marco em sua vida.

Antes do Daime, Glauco frequentou centros de ensino esotéricos como Rosacruz, Eubiose e teosofia. Ele tomou o daime pela primeira vez na igreja fundada pelo escritor Alex Polari, na montanhosa Visconde de Mauá, no interior do Rio de Janeiro. Logo no primeiro trabalho diz ter visto "a luz" que modificaria sua vida para sempre. Começou sua caminhada como mestre reunindo um pequeno grupo de amigos em uma casinha no Butantã (zona oeste de SP).

Era lá que todos tomavam a amarga bebida sagrada, enviada pelos pioneiros da Amazônia, bebida feita da folha de planta chacrona e do cipó de mariri, e cujo preparo é também um ritual em si, chamado "feitio", e que pode se estender por até um mês. Glauco costumava se referir ao daime como "o vinho da floresta".

Para os vizinhos do Butantã, no entanto, não havia nada de sagrado nas celebrações, e era comum os trabalhos terminarem com a presença profana da polícia. Glauco, no entanto, teve sua missão reconhecida pela igreja central do daime no país, o Céu do Mapiá, no Acre, e com a benção de suas lideranças montou a própria igreja num grande terreno adquirido próximo ao pico do Jaraguá.

Com seu próprio suor, da mulher Bia e dos filhos de ambos, a Céu de Maria cresceu e, em alguns rituais, reúne mais de 300 pessoas, vindas de várias partes do mundo. Glauco, o padrinho, era querido e amável com todos, comandava os trabalhos no centro da igreja, sentado em um banquinho, acompanhando os cânticos com seu acordeão escuro.

De seu posto central, apenas usando o olhar, era capaz de agradecer ou admoestar o daimista ou visitante que estivesse ajudando ou atrapalhando o trabalho. Da mesma forma que era um líder carinhoso, não hesitava em interromper o ritual e ralhar com toda igreja quando notava falta de concentração ou dispersão.

Além de líder religioso, Glauco também era compositor e deixa para a doutrina que abraçou dois grandes hinários de fé, um conjunto de cânticos, como o verso publicado no alto deste texto.

Esses dois hinários, o Chaveirinho e o Chaveirão, foram cantados anteontem à noite, dia de seu aniversário de 53 anos, quase no mesmo local em que ele partiu nexta sexta, vítima da violência que ele intuiu em sonho, mas não pode evitar na realidade.

Seus dois hinários serão cantados novamente hoje, em todas as igrejas daimistas do país, e voltarão a ser cantados todos os anos nesta mesma data, em memória à partida de Padrinho Glauco.

Assassino de Glauco frequentava a mesma igreja



Frequentador de igreja teria matado cartunista Glauco Villas Boas, diz polícia


12/03 - 12:50 , atualizada às 13:09 12/03 - iG São Paulo

Nem tentativa de assalto, nem vingança. O cartunista Glauco Villas Boas, de 53 anos, e o filho dele, Raoni Ornellas Pires Villas Boas, de 25 anos, foram mortos, segundo a polícia, por um conhecido da família que frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco e inspirada nos cultos do Santo Daime.

De acordo com a polícia, o principal suspeito de ter cometido o assassinato é um estudante universitário de 24 anos. Ele vive no Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, e estava afastado dos cultos há cerca de seis meses.

No fim da noite de quinta-feira, ele teria ido ao encontro de Glauco e Raoni, com uma pistola 765. Houve uma discussão e o rapaz disse que iria se matar. Pai e filho tentavam fazê-lo desistir da ideia quando foram mortos. Cada um levou quatro tiros.

Eles foram socorridos por moradores e levados ao Pronto-Socorro Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos. Os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) de Osasco por volta das 6h45 e foram liberados ainda no período da manhã.

Conforme a polícia, depois de assassinar Glauco e Raoni, o rapaz fugiu em um carro.

Nesta sexta-feira, quando a morte dos dois veio a público, a primeira hipótese levantada é de que se tratava uma tentativa de assalto praticada por dois homens. O advogado da família, Ricardo Handro, reforçou esta tese.

No entanto, no Boletim de Ocorrência elaborado pela polícia o caso foi registrado apenas como homicídio. Uma testemunha reconheceu o suspeito como um frequentador da igreja. A partir dessa identificação, a polícia levantou informações sobre o carro e o endereço do rapaz.

A pedido da família, o velório dos dois acontecerá em uma cerimônia reservada e o acesso ao público só será permitido no enterro, previsto para o sábado, no Cemitério Gethsemani Anhanguera, na Vila Sulina, em São Paulo.

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