sábado, 22 de maio de 2010

Desejo de matar

Os recentes acontecimentos envolvendo a situação nuclear do Irã, inclusive com "pronunciamento" público e pago de Silas Malafaia a respeito, revelam o quanto todos nós somos peças insignificantes no tabuleiro de interesses econômicos que realmente dá as cartas no jogo da guerra: a indústria de armamentos. A revelação feita ontem, 21/05/10, pela agência Reuters, da existência de uma carta de Obama a Lula em que o presidente americano dava sinal verde à tentativa de acordo diplomático do presidente brasileiro, duas semanas antes de sua visita ao Irã, para depois de formalizado o acordo, voltar atrás com ameaça de novas sanções ao país persa, mostra como "forças ocultas" agem por trás das melhores vontades políticas. Tudo indica que Lula tenha pago um king kong ao ter acreditado em Obama, e talvez seja tarde demais para o Irã voltar atrás no jogo do qual participou com (mau) gosto desde o início. Notícia de ontem do The New York Times revela mais uma contradição gritante: os Estados Unidos concordaram em que a Rússia venda - agora - armas ao Irã, especialmente baterias antiaéreas, em troca do apoio russo às sanções anti-Irã. Algo parecido como ameaçar a guerra com uma mão, e com a outra dar algumas armas para que haja um mínimo esboço de defesa, beneficiando a indústria bélica um terceiro país, levando o setor bélico global a um delírio lucrativo. Ações explodem na bolsa, ganhos se multiplicam e se concentram nas mãos de poucos, e o grande derrotado, além do Irã, é o desejo de paz no mundo, ferido de morte pela ganância de alguns, e que - pasmem! - inspira "pastores" a publicar matéria paga nos jornais brasileiros defendendo a guerra.

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