terça-feira, 29 de junho de 2010

Hermenêutica e Homossexualidade


Artigo de Alexander De Bona Stahlhoefer no excelente blog Collegia Pietatis:

HERMENÊUTICA E HOMOSSEXUALIDADE

Há alguns anos atrás li no jornal A Notícia (RBS, Joinville) o desabafo de um médico cansado de receber publicações da pesquisa médica atual com flagrantes contradições entre si. Imagine que você é medico e receba um estudo dizendo que o famoso Acido Acetilsalicílico (Aspirina) é prejudicial. Na outra semana você recebe outro estudo mostrando os benefícios de tal medicamento. Claro que toda droga tem seu efeito positivo aliado à possíveis danos (leia a bula e veja isto). Mas o que chamou à atenção daquele médico foi que as pesquisas eram favoráveis na medida em que eram patrocinadas pelo laboratório fabricante do medicamento. Desta forma a concorrência alertava os males de um medicamento, enquanto que o fabricante tratava de lançar um estudo sobre seus benefícios. Existe então objetividade e autonomia científica?

Desde a virada lingüística na filosofia, aprendemos que cada pessoa é condicionada pela sua experiência de vida. Logo, a minha história de vida influencia diretamente na forma como eu leio a realidade e me posiciono diante dela. Não existe um relato puro de um fato real, existem apenas interpretações da realidade. Portanto, aquela histórica de que "a ciência diz", "pesquisas comprovam" são apenas chavões, deveriam dizer que "existe alguma probabilidade de...". Afinal de contas, desde Heisenberg muita coisa tem mudado no dogma ex-catedra da objetividade científica.

Um exemplo da influência das experiências pessoais é o famoso relatório Kinsey que trata da homossexualidade. O tal relatório proclamou uma revolução sexual, dizendo que os seres humanos são bissexuais e não existe qualquer forma de impedimento natural para relações homo(bi)sexuais, o prazer é o limite. O hedonismo sexual do relatório Kinsey deve-se às experiências sexuais do seu autor. E o mercado se aproveita da "ciência" para fazer dinheiro. Foi esta a "grande sacada"de Hugh Hefner ao fundar Playboy. A grande revista da liberdade sexual foi quem patrocinou a educação sexual para crianças e jovens nos EUA, além de pagar estudos na área de sexualidade humana. Mas para quê a revista pagou estudos e medidas educacionais? Para mudar a consciência puritana e cristã dos EUA. Desta forma conseguiria alcançar uma geração toda para o seu negócio. Parece que conseguiu.

Poderíamos extrapolar este exercício para todas as áreas do conhecimento, e provavelmente, teríamos o mesmo resultado. Por isto reflita sobre sua formação pessoal, seu conjunto de crenças, pois tudo isto influencia a forma como você decide, e age. Não vivemos numa bolha, não somos autônomos, tudo nos influência e a muitos influenciamos. De que forma você quer influenciar e ser influenciado? Seja crítico, não aceite tudo que te dizem como verdade científica, pesquise mais, leia mais, forme a sua opinião.

Um comentário:

  1. já queria ter feito antes, mas agora coloquei o link do seu blog no meu blogroll.
    Deus te abençoe
    Abraços!

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