sábado, 26 de junho de 2010

O documentário do terror de Jim Jones

(obs.: texto atualizado em 18/11/2015)

Está disponível no youtube, com legendas em português, o documentário "Jonestown: Vida e Morte no Templo do Povo", dividido em 9 partes, num total de 86 minutos. 

Foi produzido em 2006 sob a direção de Stanley Nelson, e relata a tragédia ocorrida em 18 de novembro de 1978, quando o líder da igreja conhecida como Templo do Povo, Jim Jones, levou ao suicídio coletivo algo em torno de 1.000 pessoas (nunca foi possível precisar o número exato das vítimas). 

Das 9 partes em que foi dividido o documentário, os dois últimos são os mais difíceis de assistir, pois mostra o áudio do momento final do suicídio, em que só de crianças mortas foram quase 300. 

É o retrato do pior a que a humanidade pode chegar, a profundeza do horror sem fim. 

Realmente, é muito difícil ter estômago para acompanhar essas duas partes finais. 

É a banalização do mal em essência, algo que - guardadas as devidas proporções e circunstâncias - relembra o holocausto perpetrado pelos nazistas. 

Em comum, talvez, ambos os acontecimentos tenham o elemento religioso como agente causador do fanatismo e da chacina. 

Os 7 primeiros capítulos  entretanto, servem para ter uma ideia do perigo que representa deixar-se controlar por alguém que diz deter uma revelação divina especial e particular, que lhe permitiria manipular as mentes e os corações de uma legião de seguidores. 

Assim como no nazismo, os sinais prenunciavam a tragédia muito antes da fuga para a Guiana inglesa. 

Bastava o assédio sexual chulo e explícito de Jim Jones aos homens e mulheres que o seguiam para saber que aquilo não vinha de Deus, mas mesmo assim muitos o seguiram até o fim. 

Fica claro no documentário que não houve exatamente "suicídio" de muitos dos seguidores, já que, além da tortura psicológica, a outra opção era enfrentar os tiros dos seguranças armados. 

Como Jim Jones já havia "ensaiado" um suicídio coletivo anteriormente - sem veneno - para testar a lealdade dos seguidores, é possível que alguém tenha pensado que era mais uma de suas loucuras. 

De qualquer maneira, a frase de George Santayana que estava escrita numa placa acima do "trono" de Jim Jones em Jonestown segue sendo - paradoxal e tetricamente - um conselho válido: "aqueles que não relembram o passado, estão condenados a repeti-lo".

O horror, ah, o horror...




Atualização de 18/11/15:

Infelizmente os vídeos do documentário foram retirados do youtube. Conseguimos localizar a versão abaixo, na qual você deve clicar no campo próprio para ativar as legendas em português.

Mais abaixo,  oferecemos uma outra versão que, embora resumida, também dá uma triste dimensão do que foi a tragédia de Jonestown:





A seguir, a matéria exibida no programa "Fantástico", da Rede Globo, em 28 de novembro de 1978, com a reportagem de Hélio Costa e Lucas Mendes.

Nela, você fica sabendo que Jim Jones chegou a morar no Brasil por algum tempo. Não "um ano em Belo Horizonte", como eles afirmam, talvez pela falta de informações à época, mas de 1961 a meados de 1963 em BH, quando se mudou para o Rio de Janeiro, de onde retornou aos EUA em 1965.

Sua estadia em terras brasileiras teria acrescentado o sincretismo religioso à sua já malfadada visão de mundo religiosa e ideológica.

Eis o vídeo do Fantástico:



Recomendamos também: O desafio de ser filho de Jim Jones





2 comentários:

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