quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bento XVI associa ateísmo a nazismo

Na Inglaterra, o papa causa polêmica, conforme notícia do site Opera Mundi:

Associação entre ateísmo e nazismo feita pelo Papa gera protestos no Reino Unido‏

O discurso feito pelo papa Bento XVI no Parque do Palácio Real de Holyroodhouse, na cidade escocesa de Edimburgo, durante o qual relacionou o ateísmo ao nazismo, gerou protestos entre as entidades britânicas ateias.

"O conceito de que foi o ateísmo dos nazistas que os levou a suas odiosas visões extremistas é uma terrível difamação dos que não acreditam em Deus", declarou um porta-voz da British Humanist Association (Associação Britânica Humanista, em tradução livre).

Em uma das passagens mais significativas de sua fala perante a rainha Elisabeth II e outras autoridades locais, no primeiro dia de sua visita de Estado ao Reino Unido, o Pontífice comentou "as advertências do extremismo ateu do século XX".

Citando a resistência britânica durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Papa afirmou que a nação se opôs "a uma tirania nazista que pretendia erradicar Deus da sociedade e negava a muitos nossa humanidade comum, especialmente aos judeus, que eram considerados indignos de viver".

Após seu pronunciamento, Bento XVI deixou Holyroodhouse no papamóvel, e manifestações de integrantes do movimento Protest the Pope foram contidas durante seu percurso. O grupo é o mesmo que está organizado uma marcha para o sábado, em Londres, no dia da Vigília de Oração pela Beatificação do Cardeal John Henry Newman, no Hyde Park. Os manifestantes se reuniram ao longo da mesma via onde estava a maior parte dos católicos de Edimburgo que pretendiam saudar o Pontífice.

Os protestos se concentraram, em geral, nos posicionamentos tradicionais da Igreja. Nos cartazes carregados pelos membros da organização, frases destacavam que "a oposição do Papa aos preservativos mata" e "a homofobia de Bento custa vidas".

Já cerca de 60 seguidores do reverendo presbiteriano e ex-primeiro ministro irlandês Ian Paisley - o qual disse recentemente que a visita do chefe de Estado do Vaticano deveria ser cancelada - se reuniram em outro local, onde o ex-premier fez um sermão.

"Existem muitos problemas no interior da Igreja Católica e muitos católicos me escreveram expressando preocupação com seus filhos e me perguntando por qual motivo o Papa não tomou uma posição clara sobre a questão", disse Paisley, em alusão aos escândalos dos padres pedófilos que causaram uma crise na instituição. "Devemos aproveitar esta ocasião para dizer claramente como pensamos", completou.

A visita ao Reino Unido é uma das mais complexas do Pontificado de Bento XVI, e a primeira de um papa desde o cisma de Henrique VIII com a Santa Sé - com exceção da estadia de João Paulo II no país em 1982. Desde seu anúncio, o evento foi criticado por organizações locais, não só devido às posturas da Igreja e aos casos de abuso, mas também aos custos que impõe aos cofres públicos, de até 12 milhões de libras esterlinas.

Ainda hoje, o chefe de Estado do Vaticano presidirá uma missa em Glasgow, no Bellahouston Park, e à noite seguirá para Londres - cidade na qual permanecerá até o domingo, quando viaja a Birmingham.

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