terça-feira, 15 de março de 2011

Governador de Tóquio diz que tragédia foi "punição divina"

Desta vez não foi o Pat Robertson que soltou a "pérola" (aliás, ele anda bastante calado nos últimos terremotos, talvez porque não ocorreram no Haiti). 

Segundo noticia o jornal britânico The Guardian, o governador de Tóquio, Shintaro Ishirara, disse ontem, 14/03/11, que "a política japonesa está contaminada pelo egoísmo e populismo. 

Nós precisamos usar o tsunami para varrer o egoísmo que está grudado que nem ferrugem à mentalidade do povo japonês por um longo período de tempo". 

Em seguida, descreveu a catástrofe como sendo uma "tembatsu", palavra japonesa que significa "punição divina". 

Acrescentou ainda que "realmente sente muito pelas vítimas". 

O político de 78 anos de idade teve que pedir desculpas depois de ter sido veementemente criticado pelo governador da província de Miyagi, local mais devastado pelo tsunami no país, com uma sinistra previsão de 10.000 mortos. 

O governador Ishirara se junta, portanto, ao jornalista ultraconservador norteamericano, Glenn Beck, da Fox News, que também ontem disse em seu programa de rádio que as recentes catástrofes naturais no Japão foram uma "mensagem de Deus", segundo noticia (com áudio incluso) o site The Huffington Post.

Glenn Beck, para quem não conhece, é uma das principais vozes da ultradireita religiosa nos Estados Unidos, e - mesmo sendo mórmon - tem sido visto como o líder dos evangélicos fundamentalistas ligados ao Partido Republicano e ao movimento Tea Party, em que a principal expoente é a ex-governadora do Alaska e candidata derrotada a vice-presidente nas últimas eleições norteamericanas, Sarah Palin. 

Segundo informou o blog Belief da CNN no último dia 24 de fevereiro, Glenn Beck vem tentando se posicionar como a principal liderança religiosa conservadora no país, e justamente por sua fé mórmon, que a maioria das igrejas evangélicas entende como não-cristã, tem tentado construir pontes nesta direção, como a sua recente visita ao respeitado (e idoso) pastor Billy Graham, que funciona, na prática, como uma espécie de "papa emérito" dos evangélicos dos EUA. 

A estranha ligação de fundamentalistas evangélicos com um mórmon não tem passado desapercebida por boa parte da igreja norte-americana, que faz questão de mostrar as diferenças entre o que pensam os evangélicos e as doutrinas mórmons, conforme faz questão de publicar o site Christian Apologetics & Research Ministries

Parece que há outro tipo de tsunami varrendo os corações e mentes por lá.

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