quarta-feira, 15 de junho de 2011

Batistas do Sul elegem primeiro dirigente afroamericano

A Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos (Southern Baptist Convention - SBC) é a maior denominação evangélica daquele país, e uma das maiores organizações denominacionais protestantes de todo o mundo, com cerca de 16 milhões de membros nominalmente afiliados às igrejas sob sua jurisdição. Sua influência no Brasil foi enorme, já que foram seus missionários que trouxeram a fé batista para cá no século XIX e se mantiveram ativos e relevantes durante praticamente todo o século XX. A única notícia boa antes do congresso anual, que começou na última segunda-feira em Phoenix (Arizona), era que houve um aumento no número de igrejas no último ano. Entretanto, os delegados chegaram ao evento já sabendo de alguns dados preocupantes sobre a situação que enfrentam:

1) o número anual de batismos caiu em 5% chegando ao menor nível em 60 anos, e é a 8ª vez nos últimos 10 anos que este número cai;

2) o número total de membros caiu pelo quarto ano seguido;

3) a frequência aos cultos diminuiu em 2%;

4) dízimos e ofertas despencaram para US$ 153 milhões;

5) o número de missionários mantidos pela Junta de Missões Internacionais teve uma redução drástica de 12%;

6) embora o número total de membros seja de aproximadamente 16 milhões, atualmente a frequência real às igrejas aos domingos mal chega aos 6 milhões;

Fonte desses dados: Crosswalk/Dr. James Emery White

Ontem foi um dia histórico para os batistas do Sul, já que foi eleito para o cargo de vice-presidente da SBC o pastor Fred Luter, que está em New Orleans desde 1986, segundo informa o News Observer. É uma decisão que tem um valor simbólico extremamente importante porque a dolorosa divisão entre batistas do Norte e do Sul dos EUA se deu em 1845, justamente por causa de divergências incontornáveis em relação à escravidão naquele país, o que provocou a Guerra Civil em 1861 até 1865, também chamada de Guerra da Secessão, justamente dividindo nortistas e sulistas sobre a abolição da escravatura. Significa também o rompimento definitivo com um passado que machucou muito os batistas do Sul dos EUA ao longo das décadas. Quem teve a oportunidade de conversar com eles ali pelos anos 1980, como eu tive, sabe como eles faziam de tudo para não se referir a essa parte triste de sua história. Agora se espera que este trauma seja superado, e a igreja toda se mobilize para recuperar o terreno perdido. O único sinal de alerta, entretanto, é uma palavra que ecoou pelo congresso nos últimos dias: "diversidade". Muitos convencionais entendem que a "diversidade" é a palavra-chave para ser trabalhada a fim de evangelizar mais pessoas, mas o exemplo das outras denominações norteamericanas quanto a esta tal "diversidade" não é exatamente um bom modelo a ser seguido, já que boa parte delas descambou para o liberalismo desenfreado e a apostasia. Seria ótimo que os batistas do Sul percebessem que "diversidade" não é necessariamente antônimo de "unidade" e "coerência" com o que a Bíblia ensina. Queira Deus que os batistas do Sul tenham melhor sorte.

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