segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pai e filho abraçados são tidos como gays e agredidos em SP

Você que é pai, não abrace mais o seu filho homem em público, pois pessoas perturbadas poderão pensar que vocês são um casal gay, além de se sentirem autorizadas a agredi-los gratuitamente. Pode parecer absurdo este conselho (como de fato é), ou que a violência tenha ocorrido em alguma sociedade fechada de um país distante, mas a selvageria aconteceu numa cidade pacata do interior do Brasil, mais especificamente em São João da Boa Vista (SP), e o triste resultado foi um ataque bárbaro que terminou com a orelha do pai decepada a mordidas. As feridas do corpo cicatrizarão, mas as da alma (e a de nossa sociedade) não, lamentavelmente. Confira a notícia da EPTV:

Pai e filho são confundidos com casal gay e agredidos por grupo

Abraço pode ter motivado violência; uma das vítimas teve parte da orelha decepada

Um homem de 42 anos teve metade da orelha decepada após ser agredido por um grupo de jovens na madrugada de sexta-feira (15), no recinto da Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (EAPIC), em São João da Boa Vista. Os agressores pensaram que ele e o filho fossem um casal gay, pois estavam abraçados.

O homem, que preferiu não se identificar, ainda está traumatizado. Ele contou que depois de um show um grupo de sete jovens se aproximou e perguntou se os dois eram gays.

Ele disse que explicou que eles eram pai e filho e, mesmo assim, houve um princípio de tumulto. Os rapazes foram embora, voltaram cinco minutos depois e começaram a agredir os dois. Um deles teria mordido a orelha do pai, decepando parte dela. “Na hora que eu acordei as pessoas diziam que eu estava sem a orelha”, explicou.

Ambos foram levados para a santa casa, onde foram atendidos e liberados. O filho teve apenas ferimentos leves.

O delegado do 1º Distrito da Polícia Civil de São João Boa Vista, Fernando Zucarelli, disse que foi aberto um inquérito e que já está tentando identificar os possíveis autores. A homofobia, que é a aversão a homosexuais, ainda não consta como crime no código penal brasileiro, mas, além da agressão, os jovens também podem responder por discriminação.

A organização da EAPIC informou que havia 150 seguranças, além da Polícia Militar, durante toda a festa e que vai colaborar com a polícia para a identificação dos agressores.






O vídeo da reportagem também pode ser visto na página da EPTV

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