quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quanto mais educação, mais religião

Cai por terra mais um mito amplamente divulgado pelos ateus, que gostam muito de atrelar religião à falta de qualificação, e ateísmo a uma educação supostamente superior. 

Recente pesquisa realizada nos Estados Unidos mostra que quanto mais educada for a pessoa, mais propensa ela é em ter uma religião. 

Confira as conclusões da pesquisa na matéria do ScienceDaily, traduzida por Natasha Romanzoti e publicada no HypeScience:

Educação afeta religião – mas de uma forma mais complexa do que se pensava

O que é mais provável: que quanto mais educada a pessoa for, mais ela questionará suas crenças religiosas, mais ela deixará de ir à igreja e até mesmo um dia abandonará sua fé inteiramente, ou o contrário? Uma nova pesquisa que analisou uma amostra nacional de milhares de pessoas determinou que a educação influencia, realmente, nas crenças e atividades religiosas dos americanos, mas os efeitos são mais complicados do que o senso comum sugere. Os resultados mostram que a educação tem realmente um efeito positivo sobre hábitos de ir à igreja, práticas devocionais, ênfase sobre a religião na vida cotidiana e apoio a líderes religiosos para pesar sobre questões políticos dos americanos. Mas não é só isso. “A educação influencia as estratégias de ação das pessoas, e as estratégias de ação são relevantes para algumas crenças e atividades religiosas, mas não todas”, disse o professor de sociologia e autor do estudo, Philip Schwadel. “Os efeitos da educação sobre a religião não são simples aumentos ou diminuições. Em muitos aspectos, eles podem variar, com base em como você define a religião”, complementa. Por exemplo, o estudo descobriu que níveis mais elevados de educação acabam com a visão dos americanos de que a sua religião específica é a “única fé verdadeira”, e que a Bíblia é a palavra literal de Deus. Ao mesmo tempo, a educação foi positivamente associada com a crença na vida após a morte. E, enquanto mais norte-americanos altamente qualificados eram um pouco menos propensos a acreditar definitivamente em Deus, é porque alguns deles acreditavam em um poder superior, não porque eram particularmente propensos a não acreditar em nada. A pesquisa também descobriu que desfiliação, ou deixar de ter uma religião em geral, não era uma opção popular entre os americanos altamente educados. Na verdade, ter um maior nível de escolaridade foi associado a conversões mais frequentes a religiões mais comuns e predominantes. Entre as descobertas do estudo, encontram-se: - Educação teve um efeito forte e positivo sobre a participação religiosa. Cada ano adicional de escolaridade aumentou as chances de frequentar os cultos religiosos em 15%. - O aumento em educação foi associado com a leitura da Bíblia. Cada ano adicional de escolaridade aumentou as chances de ler a Bíblia pelo menos ocasionalmente em 9%. - Educação foi relacionada à mudança de afiliações religiosas. As chances de mudar para uma denominação protestante mais comum nos EUA aumentou 13% para cada ano de educação. - Os entrevistados mais educados eram mais propensos a questionar o papel da religião na sociedade. No entanto, eles foram contra coibir as vozes dos líderes religiosos sobre questões sociais, e apoiaram os direitos desses líderes religiosos de influenciar o voto das pessoas. “Os resultados sugerem que os americanos altamente qualificados não se opõem à religião, nem mesmo aos líderes religiosos com opiniões políticas”, disse Schwadel. “Mas eles se opõem ao que pode ser percebido como a religião sendo forçada na sociedade secular”. A pesquisa deve abrir uma discussão sobre as interações entre educação e religião na vida americana moderna. “É claro que, embora as visões religiosas das pessoas altamente educadas difiram das visões religiosas das pessoas com pouca educação, a religião continua a ser relevante para os americanos de todos os níveis de educação”, afirma Schwadel.

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