terça-feira, 6 de setembro de 2011

Nenhuma religião escapa da perseguição

 A matéria é da Voz da Rússia:

ÉPOCA DE PERSEGUIÇÕES RELIGIOSAS

Em todo o mundo vão recrudescendo as perseguições contra os crentes de todas as religiões. A conclusão foi tirada pelos pesquisadores americanos do instituto “Pew Forum on Religion and Public Life”. A investigação foi realizada em 198 países habitados por cerca de 99 por cento da população do planeta. Tais perseguições são movidas não somente pelos Governos e pela sociedade. Vão amiudando especialmente os ataques recíprocos desencadeados por seguidores de diversas religiões. 

Segundo as estatísticas dos investigadores estadunidenses, casos de discriminação dos Muçulmanos são hoje registrados em 117 países. Os ataques ao judaísmo e aos Judeus, em 75. Quem menos sofre são os Budistas, os quais enfrentam discriminação em 16 países. De uma maneira geral, os casos de opressão de comunidades religiosas pelas autoridades e pela sociedade aumentaram em 23 países. Na opinião dos pesquisadores estadunidenses, as primeiras linhas no “ranking de intolerância religiosa” são ocupadas pela França, Sérvia e alguns países da África Setentrional e Médio Oriente. Os países mais tolerantes são a Alemanha, a Áustria e a Suíça. Como se pode explicar o aumento dos ataques contra os crentes? O assunto é comentado por Ivar Maksutov, presidente da Sociedade Religiográfica de Moscou: 

A revolução fundamentalista global que estamos presenciando lança um desafio aos Estados. E leva-os a disciplina a vida religiosa que antes não era alvo de uma atenção tão profunda por parte dos serviços secretos e organizações governamentais de todo gênero. O fenômeno, note-se, é observado não somente nos países habitualmente rotulados de autoritários, extremistas ou fundamentalistas. Mesmo os países que julgamos serem iluminados, democráticos e liberais, todos eles também desejam controlar os processos ocorridos no seio das comunidades religiosas. 

Os pesquisadores norte-americanos apontam a Europa como líder em aumento da aversão à religião. Embora pareça paradoxal, mas é que precisamente no Velho Mundo se registram as perseguições mais cruéis contra o cristianismo, apesar das suas origens cristãs. Ao todo, os adeptos dessa religião são hoje perseguidos em 130 países, principalmente no Próximo e no Médio Oriente, onde acontecem não raro recontros entre cristãos e muçulmanos. Por exemplo, uma briga rotineira na cidade egípcia de Alexandria foi seguida de incêndio que destruiu um templo cristão. O incidente acarretou uma série de tumultos armados em outras cidades. Situações parecidas observam-se no Sudão, no Afeganistão, no Iraque, no Irã e na Palestina. Já em países cristãos por definição, perseguições contra os Cristãos são provocadas pelas autoridades, sendo disso um exemplo patente a situação no Kosovo. 

Na primavera deste ano, a Igreja Cristã Ortodoxa Russa condenou energicamente as perseguições contra os Cristãos. Há umas ideias sobre como se poderia acabar com essa atitude – conta o arcebispo Ilarion, diretor do Departamento das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou. E continua: 

São necessárias umas entidades informativas para monitorarem os crimes cometidos por ódio religioso. E cada caso de perseguição aos Cristãos há de ser tema de investigação por organismos judiciais nacionais e internacionais. É muito importante que os próprios Cristãos de todas as confissões hoje coordenem seus esforços a fim de defender seus irmãos e irmãs vivendo em condições difíceis. São também muito necessárias a consolidação e a solidariedade inter-religiosas. 

É bem provável que, se forem elaborados uns mecanismos eficientes para a defesa dos Cristãos contra as perseguições, essas medidas possam futuramente ajudar também os adeptos de outras religiões.

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