segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Paquistão já tem ateus organizados

Quem diria que já existe um grupo organizado de ateus no Paquistão? Pois é, o país é muito mais conhecido pelos seus extremistas islâmicos, afinal foi lá que Bin Laden se refugiou e foi morto pelas tropas americanas, além dos constantes conflitos com a Índia por causa do histórico confronto entre hindus e muçulmanos. Agora, entretanto, o Pakistani Atheists and Agnostics (PAA - algo como "Ateus e Agnósticos Paquistaneses") quer mostrar ao mundo e - principalmente - aos seus compatriotas que existe a possibilidade de se declarar e viver como ateu ou agnóstico no seu próprio país. Apesar da aparente coragem em lançar um website ateu num país tão afetado pelo radicalismo religioso, o grupo diz que o projeto foi gestado lentamente, testando inclusive o site por alguns dias até que o lançamento se deu no último dia 14 de agosto, resultado das dúvidas e expectativas de vários ateus e agnósticos paquistaneses a respeito de sua capacidade em se organizar publicamente como uma alternativa para os conterrâneos que não encontram respaldo para seu estilo de vida, digamos, não-religioso. A proposta do PAA, segundo eles próprios definem, é a seguinte:
Primeiramente, nós iremos consertar a imagem enferrujada de pessoas sem fé entre os paquistaneses em geral. No passado, os ateus paquistaneses criticaram o Islã mais em função do seu ódio do que tentar ajudar os muçulmanos a encontrarem os grandes buracos na sua religião. A maioria dos paquistaneses pensa que nós somos imaturos, preconceituosos e rudes. É tempo de mostrarmos a eles a beleza de como as coisas funcionam no nosso mundo sem fé.
Em segundo lugar, nós temos como objetivo nos contrapormos ao inegável preconceito negativo sobre o Paquistão na mídia internacional. Nós contaremos a eles coisas que eles nunca mostram sobre o Paquistão, mas que são uma parte integral de nós. Ao mesmo tempo, nós ajudaremos os ateus paquistaneses, que têm sido envolvidos neste preconceito internacional, a combater a sua crise de identidade e mostrar ao mundo como o Paquistão é parte do seu sangue.
Em terceiro lugar, tentaremos interagir com a sociedade paquistanesa o máximo possível e ao mesmo tempo estudar o seu comportamento e seus padrões de pensamento em termos científicos.

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