domingo, 17 de junho de 2012

Ex-delegado do DOPS - hoje evangélico - confessa pecados cometidos durante ditadura

Exatamente um mês atrás, publicamos aqui as declarações bombásticas do ex-delegado do DOPS durante a ditadura militar, Cláudio Guerra, sobre a incineração - em engenhos de açúcar - de corpos de vítimas de tortura e assassinato durante aquele período.

Com o recente lançamento de seu livro "Memórias de uma Guerra Suja", o ex-delegado, hoje pastor evangélico, deu uma entrevista a Alberto Dines, no programa Observatório da Imprensa da TV Brasil, no começo deste mês.

São 52 minutos de revelações no vídeo abaixo, em que se destacam, do ponto de vista religioso, as declarações do ex-delegado sobre seu sentimento de vingança quando era doutrinado a combater a esquerda e o fato de ter sido necessário "ser amassado como um vaso nas mãos do oleiro para reconhecer que errou".

Sentado numa mesa com os braços sobre uma Bíblia, Cláudio Guerra conta ainda que perdeu a esposa por causa de suas revelações, mas mesmo assim ele entende que "a finalidade da vida é buscar a verdade", e ele só veio a público confessar seus erros porque "como homem natural eu não faria, mas faço como homem espiritual".

Independentemente do que você pensa a respeito dele e do período da ditadura, não deixa de ser louvável a atitude do ex-delegado em reconhecer que errou e querer reparar, tanto quanto possível, os erros do passado, mesmo sob risco iminente de morte e com a grande imprensa - cúmplice da ditadura - tentando abafar o caso.
Atitude bem diferente de tantas outras pessoas que dizem se converter a Cristo, ouvem "Como Zaqueu" com deleite, mas fogem como o diabo da cruz quando se trata de falar a verdade, confessar os pecados, pedir perdão e reparar os erros cometidos contra outros no passado.


Não deixa de ser curiosíssimo notar, entretanto, que mesmo com a estranha nostalgia que muitos líderes evangélicos sentem da ditadura militar, tenha sido através de um evangélico que vieram as revelações mais esclarecedoras sobre os porões vermelhos de sangue daquele período nefasto da história do Brasil.

Fique com a íntegra da entrevista, então:





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