quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Líder judeu ultraortodoxo quer que mulheres fiquem em casa

O Talibã é só uma questão de conveniência política ou geográfica, pelo que informa o Opera Mundi:

Líder ultraortodoxo israelense recomenda que mulheres vivam em casa e recebam menos educação

Folheto obtido pela imprensa recomenda afirma que igualdade de sexos vai prejudicar a vida da sociedade

Um documento escrito por um dos mais influentes líderes ultraortodoxos de Israel e que vazou para a imprensa provocou revolta entre internautas por afirmar que “o lugar das mulheres é em casa” e que elas não deveriam receber tanta educação quanto os homens, “pelo bem da qualidade de vida da nação”.

Zvi Tau, presidente da Har Hamor Yeshiva (centro de ensinos religiosos da Torá e do Talmud), escreveu, para uso interno, um folheto intitulado “Quem me criou como ele desejou”, onde recomenda uma doutrina considerada radical até mesmo para alas mais ortodoxas do judaísmo. No entanto, o jornal Haaretz teve acesso ao folheto e publicou trechos em sua edição eletrônica nesta terça-feira (31/07).

No texto, Tau afirma que homens e mulheres têm papeis diferentes. Enquanto as mulheres tem mais “poder emocional”, os homens nasceram com “maior capacidade intelectual”. Essa divisão é necessária, segundo ele, porque o mundo tem limitações e é incapaz de conciliar emoção com razão. As mulheres, portanto, por “vocação natural”, não foram feitas para se ocuparem com questões “tão profundas quanto a ciência e a moral”, e sim a dar à luz, alimentar e cuidar de crianças. “Deus deu a elas os talentos e a orientação natural para essas funções”, afirma Tau.

No entanto, ele afirma que essas orientações não tratam de discriminar as mulheres. “O lar é o habitat natural para as mulheres expressarem suas tendências especiais, e não locais de atividade social (...) Em casa, sem confusão (...) é onde uma mulher pode viver sua vida plenamente”. Ele também afirma que crianças nascidas de famílias onde as mulheres se dedicam a um trabalho serão “fracas e flácidas”.

A noção de que homens e mulheres, em sua opinião, devam ser tratados com igualdade e receber a mesma educação só é capaz de gerar frutos a curto prazo. No entanto, no futuro, essa tendência irá “prejudicar a qualidade de vida da nação e da sociedade, já que o verdadeiro caráter feminino não estará desenvolvido e fará falta ao mundo. A sociedade e a nação devem se esforçar para aprimorar os atributos especiais inerentes à mulher”, diz.

Tau, nascido na Áustria, é um importante líder religioso e apoiador de conceitos nacionalistas que consideram o Estado de Israel sagrado. Foi uma das poucas personalidades israelenses a apoiar publicamente o ex-presidente Moshe Katsav em 2007, que renunciou devido a acusações de estupro. Na época, ele insistiu para que Katsav lutasse para permanecer no cargo. No entanto, o chefe de Estado foi condenado a sete anos de prisão e se encontra encarcerado em Ramala desde dezembro do ano passado.

Protestos

Os leitores do Haaretz protestaram contra as com as recomendações de Tau. “RubenSiedner” afirma que ele mudaria de opinião caso fosse ao hospital e as enfermeiras e médicas se recusassem a atendê-lo, e pediu para que Israel “abrisse os olhos” para não se “auto-destruir nas trevas”.

A leitora “TW”, por sua vez, disse que estava de malas prontas para o Afeganistão, enquanto “nadya” ironizou dizendo que “essa linha de pensamento realmente diferencia Israel de seus vizinhos”. “Tom Shanahan”, internauta de Toronto, afirmou que “cabe às mulheres, e somente às mulheres, decidir qual é o lugar da mulher, sem que ninguém mais diga a elas o que fazer”.




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