sexta-feira, 12 de abril de 2013

CNBB se reúne preocupada com avanço evangélico no país

A notícia vem do Estadão:

Evasão de fiéis volta à pauta de na assembleia da CNBB

JOSÉ MARIA MAYRINK

A evasão de fiéis católicos para outras religiões e o porcentual dos que dizem ter "perdido a fé" - tema recorrente nas reuniões da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) há mais de dez anos - voltaram à pauta nesta quinta-feira na 51.ª Assembleia Geral da entidade, em Aparecida, no Vale do Paraíba (SP), para responder uma pergunta: onde a Igreja falha?

Mais do que as deserções, também vistas como conversões, preocupa a Igreja Católica a quantidade de fiéis que justificam a mudança com o argumento de que encontraram em outras comunidades um Jesus que o apostolado católico não lhes mostrou. Ou, ainda, o número dos que declaram não ter nenhuma religião.

"Parece que a Igreja não acompanha seus fiéis, quando eles migram, por exemplo, do Nordeste para regiões do Centro-Oeste", alerta o padre jesuíta Thierry Linard de Guertechin, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (Ibrades), que apresentou aos bispos uma análise sobre a diminuição da porcentagem de católicos no País.

Dos 64,4% da população que professam a fé no catolicismo, de acordo com levantamento do Censo 2010, do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), 72,2% estão no Nordeste, 70,1% no Sul e 60,6% no Norte. Os católicos são mais numerosos entre os devotos com mais de 40 anos, atingindo 75,2% na faixa de 80 anos ou mais.

Quanto à porcentagem restante, a análise mostra que 22,2% declaram-se evangélicos, 8% sem religião, 3% seguidores de outros credos e 2% espíritas. No Rio e na Baixada Fluminense, os católicos são minoria, embora continuem como maioria, em números absolutos, no Brasil. A diminuição de católicos, observa padre Thierry, está diretamente ligada ao aumento de evangélicos (de 44%).

Embora não seja um fenômeno novo, pois a queda vertiginosa do número de seguidores vem de 2000, quando os católicos eram 73,6%, a Igreja continua em busca das causas. "Mais de dez anos atrás, quando eu era secretário-geral da CNBB, já estávamos preocupados com essa realidade e tomando medidas para combater a evasão", disse o arcebispo de Campo Grande (MS), d. Dimas Lara Barbosa.

A palavra-chave nesse esforço em defesa da crença católica é evangelização, lançada há 50 anos pelo Concílio Vaticano II (CVII) e reiterada em 2007 pelo documento da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida. Evangelização, de acordo com d. Dimas, implica em acolhimento e visitação, num trabalho contínuo de aproximação de uma Igreja missionária e sempre presente.

Ao abordar as questão, enquanto padre Thierry expunha o mapa das religiões no plenário, o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, apontou para o relativismo como uma das causas de evasão, que atinge tanto a Igreja Católica como outras religiões. "Não há fidelização, pois as pessoas não se ligam de forma definitiva a uma religião".



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