sexta-feira, 12 de julho de 2013

Papa responde carta de roqueiro preso por incêndio em boate que matou 194 jovens

O incêndio na boate Kiss em Santa Maria (RS), ocorrido em 27 de janeiro de 2013 com suas 242 vítimas fatais, infelizmente é apenas mais uma tragédia numa mórbida lista de incidentes do tipo que ocorrem pelo mundo.

E não há garantia alguma de que - a qualquer momento - centenas de vidas jovens serão ceifadas conjuntamente pela irresponsabilidade de quem organiza e fiscaliza essas festas em algum ponto do globo.

Dada a proximidade geográfica e a semelhança das circunstâncias nefastas que levaram ao morticínio de jovens, a tragédia da boate Kiss lembrou outra ocorrida na boate (ou "boliche", como chamam os portenhos) República Cromagnon, na confluência dos boêmios bairro de Flores e Once em Buenos Aires, capital argentina.

Naquele também infame dia 30 de dezembro de 2004, cerca de 4.500 jovens argentinos acorreram à boate para ver o show da banda de rock Callejeros, quando algum imbecil lançou um artefato pirotécnico no recinto, provocando as fagulhas que desencadearam o incêndio e a fumaça tóxica que produziram o resultado macabro de 194 mortos e 1432 feridos.

O dono do estabelecimento, Omar Chabán, responsável pela superlotação do "boliche" e pela absoluta falta de segurança do local, foi condenado a 20 anos de prisão. Outros participantes com menor culpabilidade no triste evento foram condenados a penas menores.

Já os 14 integrantes da banda Callejeros, incluindo seu líder Patricio Fontanet, foram absolvidos em 1ª instância. Em grau de recurso do Ministério Público local, entretanto, terminaram sendo condenados a 7 anos de prisão em julgamento realizado em 17 de outubro de 2012.

A partir de então, Fontanet entrou em depressão e foi internado numa clínica de Córdoba, capital da província de mesmo nome no centro do país, até que, no dia 10 de junho de 2013, a Justiça determinou o seu traslado ao pavilhão psiquiátrico da penitenciária de Ezeiza, município onde se situa o aeroporto internacional de Buenos Aires.

Segundo informa o Clarín, Fontanet (também conhecido pelo apelido "Pato") escreveu uma carta ao também argentino papa Francisco, e para sua surpresa, este lhe respondeu

A seguir, alguns trechos divulgados pelo jornal argentino sobre o que o papa teria escrito em sua carta:
"Pato, faz 3 dias que recebi a tua carta e te agradeço pelo gesto"
...
"Quero te dizer que, ainda que de longe, estou perto de ti e da banda, como que estivesse escutando à distância o que vocês sentem e dizem. Gostaria de estar mais próximo para acompanhá-los melhor"
...
"Não quero te dar conselhos porque, neste momento, você não precisa deles: você é um homem que sabe bem o que tem que fazer e como fazê-lo. Confio nisto."
...
"Dias de desânimo você vai ter, mas não tenha medo. Tudo passa. Ponha fortaleza nisso."
...
"Quando você estiver livre e mais tranquilo, em tudo o que eu puder te ajudar, conte comigo."
...
"E quando você puder, te peço a gentileza de rezar por mim. Um abraço. Fraternalmente. Jorge (Francisco)."



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