quinta-feira, 8 de maio de 2014

Jair Rodrigues morre aos 75 anos de idade


Faleceu hoje um dos mais queridos cantores populares do Brasil, Jair Rodrigues, dono de um repertório vastíssimo do qual sua maior lembrança para a posteridade talvez seja a canção "Disparada", composta por Geraldo Vandré e Theo Barros, e que ganhou, ao lado de "A Banda" de Chico Buarque, o Festival da Música Popular Brasileira de 1966, promovido pela TV Record nos seus áureos anos.

Encerra-se, assim, mais um grande capítulo da estonteante beleza que um dia foi a música brasileira.

Registramos, portanto, nossa homenagem a esse monstro sagrado do cancioneiro popular com dois vídeos em que ele canta o belíssimo clássico "Disparada" (cuja letra segue mais abaixo), o primeiro por ocasião do festival de 1966, e o segundo de uma apresentação sua em 2012:



Disparada

Geraldo Vandré

Prepare o seu coração 
Pras coisas Que eu vou contar 
Eu venho lá do sertão 
Eu venho lá do sertão 
Eu venho lá do sertão 
E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não 
Ver a morte sem chorar 
E a morte, o destino, tudo 
A morte e o destino, tudo 
Estava fora do lugar 
Eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seuv Querer ir mais longe Do que eu

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei





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