domingo, 31 de dezembro de 2017

sábado, 30 de dezembro de 2017

É muito provável que a sua percepção de mundo esteja equivocada. Saiba por quê.


Talvez você ache que 2016 foi melhor que 2017, e que não tem jeito de 2018 não ser pior.

Melhor rever esta percepção, de acordo com matéria que foi publicada na BBC Brasil:

Por que achamos que o mundo está pior do que realmente é

No Brasil, a taxa de homicídios hoje é bem mais alta do que no ano 2000, quase metade das meninas e mulheres de 15 a 19 anos engravidaram e quase metade dos adultos sofrem de diabetes.

Essas afirmações acima não correspondem à realidade do país, mas refletem o que pensa a maioria dos brasileiros, segundo a uma pesquisa recém-divulgada pela Ipsos-Mori chamada Perigos da Percepção.

A partir de quase 30 mil entrevistas conduzidas entre setembro e outubro passado em 38 países, a enquete testou a percepção das pessoas sobre 14 temas que causam precupação ou são de grande importância na mídia. Em resumo, a ideia era saber se o que as pessoas achavam sobre esses assuntos estava perto da realidade - "realidade" essa baseada em informações retiradas "de uma variedade de fontes verificadas", segundo a Ipsos-Mori.

A conclusão da pesquisa é de que pessoas no mundo inteiro estão bem equivocadas sobre questões-chave e características da população de seus próprios países.

E no ranking dos países cujas populações mais "erraram" - onde a média percentual obtida pelas respostas esteve mais distante do número "real" - o Brasil aparece em segundo lugar, atrás apenas da África do Sul.

Percepção x Realidade

Mas por que existe essa lacuna entre percepção e realidade? Por que muitos enxergam as coisas piores do que são?

"Nós sabemos de estudos anteriores que isso ocorre, em parte, porque superestimamos o que nos causa preocupação", diz Bobby Duffy, diretor gerente da Ipsos Public Affairs, em texto para apresentar os resultados da pesquisa.

Os pesquisadores afirmam que somos geneticamente programados para acreditar mais nas más do que nas boas notícias.

O estudo mostra, por exemplo, que a taxa de homicídios caiu na maioria dos países analisados, nos últimos 15 anos, mas que a maior parte das pessoas acredita que o quadro piorou.

No Brasil, 76% têm essa percepção, embora o índice tenha permanecido estável em relação ao ano 2000, usado como base de comparação.

A porcentagem de mulheres entre 15 e 19 anos que têm filhos também é superestimada. No Brasil, a média estimada pelos entrevistados foi de 47% - quase a metade das mulheres adolescentes do país. Mas o dado registrado no Brasil corresponde a apenas 6,7%. v O índice de mortes por ataques terroristas ao redor do mundo, que nos últimos anos diminuiu em relação aos 15 anos anteriores, também é percebido de forma equivocada. Apenas um quinto das pessoas entre todas as entrevistadas nos 38 países acredita que houve queda.

Reação é mais forte a imagens negativas

Nossos cérebros, segundo os pesquisadores, processam informações negativas de um jeito diferente e as armazenam de forma a estarem mais acessíveis que as positivas.

Um neurocientista comprovou isso mostrando a pessoas imagens de coisas conhecidas, como pizzas e Ferraris, para estimular sensações positivas, e outras, como um rosto mutilado e um gato morto, por exemplo, para despertar outro tipo de reação.

A partir desse experimento, ele mediu a atividade elétrica no cérebro e constatou que respondemos mais fortemente a imagens negativas.

Temer para sobreviver

A mídia, geralmente, leva a culpa por mergulhar as pessoas em um mar de desânimo e pessimismo.

Eles questionam: se somos alimentados com uma dieta tão implacavelmente negativa, é de admirar que acabemos pensando que o mundo é um lugar terrível?

Na prática, essa hipersensibilidade que temos a informações negativas - ou a más notícias - aparentemente desempenha uma função importante na evolução.

Um cérebro mais sensível a más notícias reage mais intensamente a informações sobre possíveis perigos - o que acaba pesando no instinto de sobrevivência.



sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O filho que não perdoa o pai pelo que ele fez durante a ditadura argentina


A matéria foi publicada na BBC Brasil:

A luta de argentino para denunciar o próprio pai por crimes da ditadura

Marcia Carmo

O advogado Pablo Verna, de 44 anos, fez um pedido ao Congresso Nacional do seu país, a Argentina: ele quer que a legislação em vigor, que impede familiares de denunciarem e prestarem depoimentos à Justiça contra seus parentes, seja modificada.

Seu objetivo é ter o direito de denunciar e depor contra o pai, que foi médico do Exército durante a ditadura argentina (1976-1983). Ele diz que Julio Alejandro Verna, hoje aos 70 anos, admitiu ter injetado sedativos em vítimas do regime militar antes que elas fossem lançadas dos chamados "voos da morte", que arremessavam os prisioneiros ainda vivos em rios ou no mar.

O pai dele está livre. Questionado certa vez por uma repórter, o médico negou ter sedado desaparecidos políticos para esse fim. "Não, senhora. De onde tiraram isso?"

Pablo Verna integra o Histórias Desobedientes, grupo que reúne 25 filhos de ex-repressores da ditadura argentina. Leia seu depoimento à BBC Brasil:

"Há muito tempo eu desconfiava que meu pai tinha cometido crimes na ditadura militar. Nas conversas em casa, ele demonstrava conhecer detalhes demais dos crimes cometidos naquele período horrível. Mas quando eu perguntava por que ele sabia tanto, respondia que eram as enfermeiras que lhe contavam.

Meu pai era médico do Exército argentino. E com o passar dos anos, baseado no que ele mesmo me dizia, passei a questioná-lo com tom mais critico, e de acusação.

Nossa relação foi ficando cada vez mais tensa. Duas conversas foram aos gritos. Em 2009, eu já tinha certeza de que ele tinha participado dos crimes. Mas não sabia como. Não tinha os fatos concretos. Além disso, como filho, acho que queria manter a dúvida diante de algo tão pavoroso.

Então, em meados de 2013, em mais uma conversa tensa, ele admitiu que tinha cometido os crimes. Não lembro as palavras exatas que usei para que admitisse isso. Mas naquele encontro lembrei o que meu pai tinha contado a um familiar e as respostas anteriores que tinha me dado cada vez que abordei o assunto. Foi impossível para ele negar o que tinha feito. E até que me disse: 'foi isso mesmo'.

Como médico, meu pai participava dos crimes da ditadura injetando sedativos nas pessoas que seriam jogadas vivas ao rio ou ao mar. Eram anestesias que as deixavam imediatamente paralisadas, mas respirando. E quando elas estavam assim, as jogavam dos 'voos da morte', como ficaram conhecidos.

Meu pai cometeu outros crimes. Ele também participava dos sequestros dos opositores, dos militantes sociais e políticos. Foram 30 mil desaparecidos no nosso país. A ditadura genocida sequestrava e fazia essas pessoas desaparecerem.

Depois daquela conversa em meados de 2013, ele disse a um familiar que não estava arrependido. E ainda acrescentou que tinha participado de um caso específico que teve muita repercussão aqui na Argentina.

Em 1979, quatro pessoas foram sequestradas e também receberam as injeções de anestesia. Elas foram jogadas em um riacho, uma simulação de um acidente de carro em uma ponte. As quatro morreram.

Como médico militar, meu pai estava sempre armado. Isso até passar para a reserva, em 1983, com o retorno da democracia no país. E além desses crimes genocidas, certa vez ele apareceu em casa com uma maleta de primeiros-socorros de médico que não era dele. Que era de uma das vítimas da ditadura. Eu perguntei porque estava com duas maletas, e me respondeu que tinha sido um presente. Que uma das maletas tinha sido de um subversivo.

Na minha casa, as palavras que ele usava eram chamativas, como 'subversivo'. Eram palavras de um genocida. Era um discurso ideológico para eliminar os que eram opositores ao regime militar. Uma vez, disse que os opositores eram mortos porque, quando eram presos e soltos, ficavam ainda piores.

A nossa relação foi rompida naquela conversa em meados de 2013, quando meu pai admitiu os crimes. Mas no dia seguinte ele me ligou para saber se eu tinha contado para minha mulher. Depois disso, ficamos sem nos falar até pouco tempo - dias atrás, ele me telefonou para, ao meu ver, fazer ameaças. Também faz isso por meio de conversas com parentes, cujos relatos chegam até mim.

Eu me afastei de muitos familiares. Primeiro, para evitar encontrá-lo, e ainda porque uma parte da minha família se recusa a saber, nega o que ocorreu. Acha que isso é um problema entre duas pessoas - no caso meu pai e eu. Mas isso não é um simples problema entre duas pessoas, é entre ele e a humanidade, na qual eles, os familiares, estão incluídos.

Hoje meu pai está livre, mas é investigado porque o denunciei na Secretaria de Direitos Humanos poucos meses depois daquela nossa conversa. Agora o caso dele faz parte de uma imensa apuração, levada adiante pelos defensores das vítimas na que ficou conhecida como 'megacausa contraofensiva', pela repressão e extermínio ocorridos no Campo de Mayo nos anos 1970 e 1980. O local foi um centro clandestino de prisão e extermínio horrível no nosso país.

Essa casa deixou poucos sobreviventes e provas. Meu problema hoje, como filho, é que, apesar de ter essas certezas contra meu pai, encontrei barreiras na legislação que me impedem de denunciá-lo penalmente. No Código de Processo Penal da Argentina, existem dois artigos que proíbem que familiares denunciem e deem depoimento, já no processo, contra outros familiares.

Ou seja, não podem ser testemunhas contra outros familiares. Por isso, entramos com esse projeto de lei pedindo que essas proibições não sejam aplicadas para os casos de crimes contra a humanidade. E assim nós, filhos de repressores, poderemos denunciar nossos pais judicialmente, além de prestar depoimento contra eles nos julgamentos.

Nós do coletivo Historias Desobedientes, que somos filhos e filhas de genocidas, vivemos nas nossas casas, com nossos pais, a imposição de um mandato de silêncio, de maneira implícita ou explicita.

Os genocidas fizeram um pacto de silêncio que cumprem até hoje. Eles não revelam o que fizeram e o que os outros militares fizeram. Mas depois de muitos anos, e de conscientização do que aconteceu, e da nossa própria ética, decidimos levar as acusações adiante. Mas aí nos deparamos com esses artigos da legislação argentina.

Apresentamos esse projeto de lei no dia 7 de novembro na mesa de entrada da Câmara dos Deputados. No nosso grupo, alguns já têm os pais mortos, outros condenados e outros, impunes.

No meu caso, espero que meu pai seja investigado. E que ele e os outros genocidas reflitam e tenham alguma dignidade em seus últimos anos de vida. Que deem um pouco de paz a tantos familiares que não sabem qual foi o destino de seus parentes desaparecidos. E paz até para eles, genocidas. Porque eles também devem viver um inferno em suas mentes e corações.

Nós, como coletivo, sabemos que nossa iniciativa, com esse projeto de lei, pode ajudar no contexto das investigações. Coisas que ouvimos nas nossas casas podem aportar no contexto em que os crimes foram cometidos. Inclusive os casos de roubo que as vítimas da ditadura sofreram.

Nossa iniciativa não dará resposta a tudo. Mas pode contribuir para acabar com a impunidade mantida pelos genocidas."



quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Aumenta perseguição aos "não-religiosos" no mundo



Caso você não tenha percebido isto no ex-país em que habita, segundo informa a BBC Brasil:

Discriminação severa contra pessoas não religiosas está crescendo ao redor do mundo, diz ONG

Valeria Perasso

No Paquistão, em abril passado, um universitário acusado de blasfêmia contra o Islã teria sido espancado até a morte, segundo relatos, por uma multidão de colegas no campus.

Algumas semanas antes, nas Maldivas, um blogueiro conhecido por apoiar o secularismo e fazer graça com a religião foi encontrado morto, com sinais de apunhalamento, em seu apartamento.

E no Sudão, o ativista pelos direitos humanos Mohamed al-Dosogy foi preso depois de solicitar oficialmente que, na sua carteira de identidade, o registro de sua religião constasse como "ateu".

Estes são apenas três exemplos daquilo que a União Internacional Humanista e Ética (IHEU, na sigla em inglês) diz ser uma crescente tendência global de discriminação, pressão e ataques contra ateus e céticos quanto à religião em todo o mundo.

No seu relatório "Freedom of Thought" ("Liberdade de Pensamento") de 2017, a organização registrou casos de "discriminação grave ou severa" contra pessoas não religiosas em 85 países ao redor do mundo.

E em sete destes lugares - Índia, Malásia, Maldivas, Mauritânia, Paquistão, Sudão e Arábia Saudita - os não religiosos foram "ativamente perseguidos", segundo a organização.

A IHEU - um guarda-chuva para mais de 120 grupos humanistas, ateus e seculares de mais de 40 países - apresentou suas constatações ao Parlamento Europeu.

"[Esta] tendência preocupante vai contra um direito humano básico, que simplesmente não está sendo garantido pelos governos", afirmou à BBC o diretor-geral da IHEU, Gary McLelland.

O direito à liberdade de pensamento, religião ou crença está protegido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 - que inclui a liberdade de mudar de religião e expressar a fé, ou a falta dela.

"Muitos países estão fechando os olhos para esta norma internacional", acrescentou McLelland.





Violações 'graves'


Dos 85 países listados como perigosos para aqueles que não se identificam com as religiões, 30 estão na pior situação no ranking, com "violações graves" relatadas nos últimos 12 meses.

Esses incidentes variam de execuções extrajudiciais à pressão apoiada pelo governo, incluindo também o desaparecimento de supostos blasfemos.

Em 12 desses países, a apostasia - termo que denomina a troca ou o abandono de religião - é punível com a morte, afirma o relatório.

No nível seguinte, há 55 países onde a discriminação é considerada "severa".

Isto pode ocorrer com o controle religioso por meio de leis e tribunais, doutrinação fundamentalista em escolas públicas ou da prisão por críticas a certas crenças - embora vários países, como a Alemanha ou a Nova Zelândia, pertençam a essa categoria por manter ativas leis arcaicas para a blasfêmia e delitos afins, ainda que raramente as apliquem.

"Muitos dos países com as manifestações mais graves de discriminação têm maioria muçulmana (ou regiões de maioria islâmicas dentro de nações multirreligiosas, como o norte da Nigéria)", diz McLelland.

"A discriminação tem maior probabilidade de acontecer onde as regras têm motivação religiosa e a liberdade de expressão é muito restrita. Isto é um reflexo da situação, e não um julgamento por parte do relatório".

A situação do Brasil

O relatório recém-divulgado especifica a situação em apenas alguns países - não é o caso do Brasil. Mas, em 2016, o Brasil foi descrito no levantamento como um país "soberano e secular".

"Além de ter a maior população católica do mundo (130 milhões de pessoas, ou 64,6% da população), o Brasil também aparece como um dos dez países mais religiosos do mundo (...) O protestantismo é a segunda maior crença religiosa, cujos adeptos representam aproximadamente 22% da população.

Há também uma comunidade não religiosa relativamente grande que compõe cerca de 8% da população, com o pequeno restante dividido entre o espiritismo, o islamismo e o judaísmo", diz o site do relatório.

Entre as quatro grandes áreas avaliadas (Justiça e governo, educação, interações sociais, e liberdade de expressão), o Brasil aparece com a melhor classificação ("Livre e igualitário") no item "interações sociais".

O relatório destaca que, ainda que a Constituição garanta que o ensino religioso nas escolas seja opcional, quase metade das escolas fazem deste ensino obrigatório.

Na categoria de "discriminação sistêmica", recaem duas áreas avaliadas: Justiça e governo e liberdade de expressão. No primeiro caso, o relatório aponta que, embora a lei brasileira garanta a liberdade religiosa e o Estado laico, há registros de repressão policial desproporcional a ativistas dos direitos humanos e uma forte influência de setores religiosos na política.

Já no que diz respeito à liberdade de expressão, o relatório aponta que o Código Penal brasileiro criminaliza a blasfêmia, mas, diz o documento, "embora esta lei esteja nos livros, na prática, ela não parece ter sido usada para proibir ou obstruir críticas às religiões".

Em 2012, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu uma liminar determinando que o YouTube retirasse do ar o vídeo que promoveria islamofobia e gerou uma série de protestos e até mortes ao redor do mundo.

Um problema ocidental também

No entanto, casos de discriminação contra pessoas não religiosas também foram registrados em países europeus e nos Estados Unidos.

Este é o caso em lugares onde o nacionalismo conservador e o populismo estão em ascensão.

"Nos Estados Unidos, a discriminação e a aversão às pessoas não religiosas se tornaram comuns", diz Lois Lee, pesquisador em estudos religiosos da Universidade de Kent.

"Em pesquisas recentes, os ateus aparecem entre os grupos que geram mais desconfiança".

Em áreas com forte presença religiosa e caráter social conservador no sudeste dos Estados Unidos - o chamado "Cinturão da Bíblia" - a hostilidade contra indivíduos não religiosos aumentou, de acordo com relatos locais.

Em um exemplo recente, uma escola no Kentucky foi investigada após queixas de que alguns professores estariam perseguindo estudantes não-cristãos.

Lee diz que o que está acontecendo pode ser explicado pelo fato de que um número crescente de pessoas agora define sua identidade por meio de suas crenças religiosas - e isso inclui o ateísmo.

"A política de identidades mudou parcialmente de nações e etnias para a religião", disse à BBC.

"Esta é agora uma questão mais sensível e, portanto, um alvo mais frequente para a discriminação".

Ateísmo em expansão

É claro que a perseguição a ateus ao redor do mundo não é um fenômeno novo.

Em 2014, o blogueiro Mohamed Cheikh Ould M'khaitir recebou uma sentença de morte na Mauritânia por supostamente cometer apostasia. Sua sentença foi recentemente reduzida para dois anos de prisão.

Na Arábia Saudita, outro blogueiro, Raif Badawi, está preso desde 2012 por "insultar o Islã por meio de canais eletrônicos", apesar de existir uma mobilização internacional por sua libertação.

Um estudante de direito de Bangladesh que expressou seu ponto de vista secular na internet morreu após um ataque perpetrado por extremistas religiosos em 2013.

A lista continua.

No entanto, para muitos analistas, a razão para o aumento no registro destes casos é que, embora a religiosidade esteja aumentando no mundo, também é crescente o número de pessoas que não se identificam com crença alguma.

O centro de pesquisas Pew Research Center estima que o número absoluto de pessoas sem filiação religiosa (ateus, agnósticos e aqueles que não se identificam com nenhuma religião em particular) aumentará em todo o mundo para 1,2 bilhão em 2060, ante 1,17 bilhão hoje - embora o crescimento previsto não seja tão rápido como o de fiéis de algumas religiões.

"Os não religiosos são hoje a terceira maior população por categoria de crença no mundo", diz Lee. "E nem sequer temos um vocabulário específico para nomeá-los, apenas uma identidade negativa".

"Em alguns países, os governos frequentemente vêem os ateístas como pequenos grupos, mas é precisamente por conta das ameaças que eles podem sofrer que eles não se revelam como ateus. Então, há também um problema de invisibilidade", acrescenta McLelland.

Críticos ao relatório argumentam que a metodologia pode deixar a desejar ao tentar retratar uma realidade precisa.

Por exemplo, um país secular com uma divisão clara entre Igreja e Estado, e com leis que proíbem explicitamente a discriminação baseada na religião, pode ter um desempenho ruim por conta de apenas uma subcategoria (se o Estado patrocina escolas religiosas ou dá isenções fiscais às igrejas).

"As realidades em todo o mundo e o grau de infração variam enormemente, é difícil fazer uma comparação", diz Lee.

Em todo caso, os não religiosos tendem a não estar sozinhos nos países onde as violações graves são gritantes - os crimes contra ateus não são "eventos desconectados, mas parte de um padrão".

"Como podemos ver no relatório deste ano, os direitos humanos tendem a ficar em pé ou a cair juntos", escreveu o presidente da IHEU, Andrew Corpson.

"Quando os não religiosos estão sendo perseguidos, geralmente isto é um indicativo de que as minorias religiosas (ou outras minorias, como as de gênero) também são. Não é uma coincidência".



quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Fafá de Belém é madrinha de navio-hospital católico que atenderá ribeirinhos da Amazônia


A informação foi publicada no blog da Sonia Racy no Estadão em 23/12/17, e - cá entre nós - não deu o destaque devido à brilhante iniciativa do Ministério Público do Trabalho, citada en passant no final da matéria:

Fafá, a madrinha do barco-hospital da Amazônia


Sempre às voltas com a valorização da Amazônia, Fafá de Belém virou madrinha de um novo projeto: um hospital flutuante, pensado para atender à população ribeirinha do Estado do Pará. “Tem lugares lá aos quais só se chega de barco”, explicou a cantora belenense, que fez o show de lançamento do projeto no início do mês.

O barco-hospital se chamará “Papa Francisco”, terá 100 leitos, quatro centros cirúrgicos, laboratório e uma unidade de imagens preparada para enviar raios-x e ultrassons, por satélite, para outras instituições – como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein, em SP.

A iniciativa é do frei Francisco Belotti, fundador da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, ao lado do empresário Henrique Prata, presidente do Hospital do Câncer de Barretos, do procurador Ronaldo José de Lima, do Ministério Público do Trabalho em Campinas, e da Emgepron, empresa de projetos da Marinha.

O atendimento será completado, em rios menores – que não comportam barcos com 48 metros de extensão –, por 12 “ambulanchas”. E o melhor: orçado em R$ 24,5 milhões, o projeto já tem quem pague a conta. Os recursos virão da indenização por dano moral coletivo firmada em 2013 entre as empresas Raízen e Basf e o MP do Trabalho. A previsão é que fique pronto até agosto do ano que vem. /PAULA REVERBEL



terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Cristãos sírios erguem árvore de Natal a partir das ruínas de Homs


A informação foi publicada no Estadão:

Natal em meio a escombros na Síria

Cristãos voltam a Homs e erguem árvore natalina


Três anos e meio após as forças do presidente sírio, Bashar Assad, terem reconquistado o controle sobre Homs, derrotando os opositores que tornaram a cidade a “capital da revolução”, muitos cristãos que tinham fugido da guerra retornaram a suas casas. Em meio aos edifícios destruídos na cidade velha, um pinheiro com uma estrela no topo indica que a celebração do Natal ocorrerá em paz.

Próximo do pinheiro, instalado no bairro de Al-Hamidiyah, um reduto cristão na parte antiga de Homs, dezenas de retratos dos mortos nos combates estão penduradas no “muro da honra”, alguns já descoloridos pela chuva.

De acordo com dados da ADF International, ONG que advoga pela liberdade religiosa, quando o levante contra Assad começou, em 2011, 1,25 milhão de cristãos viviam na Síria – em 2016, esse número tinha baixado para menos de 500 mil, segundo a entidade, em razão da guerra e da perseguição por parte de radicais islâmicos.

Segundo outro levantamento, da Missão Portas Abertas, organização que dá apoio a comunidades cristãs perseguidas, há 794 mil cristãos da Síria.

O cerco a Homs por parte das forças de Assad durou até maio de 2014, quando cerca de 2 mil rebeldes entrincheirados no bairro antigo se entregaram. “Em 2014, quando voltamos ao nosso bairro devastado, a árvore de Natal foi feita com escombros”, afirmou a cristã Rula Barjur, enquanto dava os últimos toques na decoração – de guirlandas prateadas e azuis – do pinheiro instalado na cidade velha.

Em uma reportagem publicada no início deste mês, o World Watch Monitor, que divulga histórias seguidores do cristianismo que sofrem perseguição, narrou o retorno dos cristãos a Homs. Abdul al-Yussef, de 70 anos, pediu para ser fotografado diante da árvore em Al-Hamidiyah, para mandar a seus filhos, que se refugiaram da guerra na Alemanha. “Quero lhes pedir que retornem.” / AFP



domingo, 24 de dezembro de 2017

Feliz Natal!



"Ele se estabelecerá e os pastoreará
na força do SENHOR,
na majestade do nome do SENHOR,
o seu Deus.
E eles viverão em segurança,
pois a grandeza dele
alcançará os confins da terra.
Ele será a sua paz."

(Miqueias 5:4-5)

sábado, 23 de dezembro de 2017

Quem são as mulheres católicas e evangélicas que lutam pelo direito ao aborto?


Matéria extensa publicada na BBC Brasil:

Os argumentos das católicas brasileiras que há 25 anos defendem o aborto

Camilla Veras Mota

O Papa Francisco não chega a comover. Elas não vão à missa aos domingos, defendem o Estado laico, a contracepção, o casamento gay e, há quase 25 anos, o aborto.

O mais antigo movimento no Brasil de católicas que pregam os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres nasceu entre um grupo de jovens que se inquietavam com questões que não ecoavam na Igreja, ainda no início dos anos 90.

"Nós falávamos dos pobres, mas não olhávamos para as mulheres", diz Regina Soares Jurkewicz, coordenadora do Católicas pelo Direito de Decidir (CDD), referindo-se à Teologia da Libertação, corrente progressista que norteava a atuação das pastorais sociais das quais ela, a professora da PUC-SP Maria José Rosado-Nunes e a teóloga Luiza Tomita, também fundadoras, faziam parte nos anos 80.

Em 1993, elas conheceram a médica uruguaia Cristina Grela - hoje parte da equipe do Ministério da Saúde do Uruguai, único país da América do Sul onde o aborto foi totalmente legalizado, em 2012, até a 12ª semana de gestação - em alguns casos, esse limite é maior.

Naquela época a ativista era integrante do grupo americano Catholics For Choice - que completa 45 anos em 2018 - e fazia um périplo pelo continente na tentativa de organizar um movimento semelhante na região. Além do Brasil, há "Católicas por el Derecho a Decidir" em outros dez países latinoamericanos.

Depois de um evento na Igreja do Carmo, em São Paulo, o movimento foi lançado no dia 8 de março daquele ano. Está presente hoje em 14 Estados e atua em duas frentes - a educativa, com a produção de material didático para o ensino da religião e a realização de seminários para formação de multiplicadoras, e política, organizando debates, marchas e idas a Brasília.

Em uma de suas campanhas mais recentes, o CDD foi às ruas em novembro para protestar contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181, que pode criminalizar o aborto mesmo nos casos em que ele hoje é permitido, como em gestações resultantes de estupro.

Entre seus membros, leigos e religiosos, está a freira feminista Ivone Gebara, punida pelo Vaticano em 1995 por defender publicamente em uma entrevista a descriminalização e a legalização do aborto.

Na época à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Joseph Ratzinger - que anos depois se tornaria o papa Bento 16 - determinou que ela voltasse à Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, onde obteve seu doutorado, para passar dois anos reclusa, em "reeducação teológica".

Por não estar ligado à estrutura da Igreja, contudo, o movimento em si está fora dos limites de repreensão da hierarquia católica. As perseguições também não são frequentes, diz Jurkewicz.

O que há são questões pontuais como a de Gebara e a que ela mesmo enfrentou quando publicou seu doutorado. Logo após a apresentação do trabalho, que reunia 21 casos de abuso sexual de mulheres por padres, a assistente social foi demitida da universidade em que lecionava, ligada à diocese de Santo André.

O antagonismo mais organizado vem de setores conservadores da religião, de instituições como Arautos do Evangelho e Opus Dei.

As "ameaças", dizem, chegam geralmente por email ou pelas redes sociais. "São mensagens dizendo que a gente vai para o inferno, essas coisas. Nada grave."

O aborto sempre foi considerado pecado?

Para defender o aborto dentro da lógica religiosa, as ativistas argumentam que o início da vida sempre foi um ponto de divergência dentro da fé católica.

Nos primeiros séculos do cristianismo, exemplifica Jurkewicz, houve Santo Agostinho, que condenava o controle de natalidade e o aborto por romperem a conexão entre ato conjugal e procriação, mas que afirmava que ele não era um ato de homicídio.

Seus escritos a respeito do Êxodo diziam, sobre o feto, que "não existe alma viva em um corpo que carece de sensações". Ele nunca chegou a uma conclusão sobre o momento em que a vida começava.

Já o teólogo Tertuliano defendia em 160 que a concepção era o início de tudo e, por isso, condenava a prática.

"Não é um dogma de fé, é uma questão disciplinar", diz ela, acrescentando que nos cadernos penitenciais da Igreja na Idade Média o aborto era colocado entre outros pecados sexuais.

Os Cânones Irlandeses de 675, por exemplo, previam 14 anos a pão e água para aquele que tivesse relação sexual com a vizinha e três anos e meio para quem destruísse um embrião no ventre.

O tema passou a ser oficialmente condenado pela Igreja apenas em 1869, a partir de um boletim do papa Pio 9.

A posição da Igreja hoje e o papa Francisco

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua nota "Pela vida, contra o aborto", de abril deste ano, afirma que "a tradição judaico-cristã defende incondicionalmente a vida humana".

O texto defende a "integralidade, inviolabilidade e a dignidade da vida humana desde a sua concepção até a morte natural" e condena "todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil".

"A posição sempre foi a mesma: defender e cuidar da vida humana desde a sua concepção. A vida humana é preciosa demais para ser eliminada ou descartada", diz o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, em nota enviada à BBC Brasil.

O papa Francisco manteve o entendimento que herdou dos antecessores, apesar de ter autorizado, em novembro do ano passado, que padres pudessem perdoar o aborto - prerrogativa que antes era restrita a bispos ou confidentes especiais da Igreja.

"A ideia (por trás da iniciativa do Papa Francisco) é mais de compaixão, de perdão. A Igreja não trabalha com direitos (para as mulheres)", diferencia Jurkewicz.

As ativistas do CDD são críticas em relação ao papel do feminino na Igreja Católica, que limitaria "os espaços de poder e saber" aos homens.

"A posição oficial guarda a tradição da mulher como mãe, está carregada de atributos de gênero. Mesmo as freiras são vistas como 'mães espirituais'", ressalta.

São Tomás de Aquino

O princípio do "recurso à consciência" é outro argumento usado pelas ativistas para defender suas bandeiras e o primeiro destacado pelo movimento do qual se originou o CDD, o americano Catholics for Choice (CFC).

A ideia é que cada católico tome decisões guiadas pelo pensamento individual, ponderando o efeito de suas ações sobre si e sobre o próximo, e que respeite o arbítrio do outro.

"São Tomás de Aquino afirmava que nossa consciência não é um atributo das instituições", diz Amanda Ussak, diretora do programa internacional do CFC.

A organização surgiu nos Estados Unidos em 1973, ano em o aborto foi legalizado no país após decisão da Suprema Corte no emblemático caso Roe v. Wade.

Prevendo uma onda de reações contrárias de instituições religiosas, um grupo de católicas decidiu se reunir e se contrapor às pressões por recuos. Uma década depois, o movimento deu início à sua expansão internacional.

A iniciativa, afirma Ussak, veio da percepção de que criminalização do aborto prejudicava especialmente as mulheres pobres, grupo que ainda hoje registra o maior número de mortes por complicações em procedimentos feitos em clínicas clandestinas.

Hoje a organização atua também na Europa e na África, dando treinamento às organizações para comunicar as campanhas e apoio às iniciativas para mudar as leis locais.

Um exemplo recente de atuação nesse sentido aconteceu no Chile, onde o Congresso aprovou, em agosto, a descriminalização em caso de risco de vida da mulher, inviabilidade fetal e estupro. Até então, qualquer tipo de aborto era proibido.

Na Argentina, o Católicas por el Derecho a Decidir (CDD) participou das discussões que culminaram, em 2006, na Lei de Educação Sexual Integral - semelhante à educação de gênero hoje debatida no Brasil -, na Lei para Prevenir e Erradicar a Violência contra a Mulher, de 2009, e a Lei de Identidade de Gênero, de 2012, que permitiu que travestis e transexuais escolhessem o sexo no registro civil.

"Nos falta ainda a legalização do aborto", afirma Victoria Tesoriero, uma das coordenadoras do movimento argentino.



As evangélicas

Hoje há iniciativas semelhantes às ONGs católicas entre mulheres pentecostais e neopentecostais. O Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG), por exemplo, nasceu em 2015 voltado especialmente para a questão da violência contra a mulher.

"Eu nasci nas Assembleias de Deus, no movimento pentecostal, e durante muito tempo testemunhei todo tipo de violência, institucional, simbólica, assédio", conta Valéria Vilhena, uma das fundadoras da rede, que hoje soma 3 mil mulheres.

Em sua tese de mestrado, feita na Universidade Metodista, onde dá aulas hoje, ela mergulhou no cotidiano de uma casa de acolhimento para vítimas de violência doméstica em São Paulo e verificou que 40% das atendidas eram evangélicas.

O aborto, para ela, entra na problemática da negação de direitos às mulheres e da violência. A posição pública a favor, contudo, veio apenas neste ano, em reação à PEC 181.

"Não estamos trabalhando a questão da legalização a partir da Bíblia porque nós queremos desvinculá-la da questão religiosa. É uma questão de saúde pública", destaca. "A questão é essa: mulheres morrem", emenda.



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Lei obriga escolas de Rondônia a hastearem a bandeira imperial


E o ex-país chamado Brasil segue a passos largos em sua marcha-à-ré em direção ao passado escravocrata e colonizado, com destino final na mais completa insignificância e irrelevância no contexto mundial. 

A evidência neste sentido vem, hoje, do Estado de Rondônia, onde há vasta população evangélica, devidamente representada no parlamento local.

A notícia foi publicada pela Gazeta do Povo de Curitiba:

Lei estadual obriga escolas a hastear bandeira do Brasil Imperial

Projeto aprovado em Rondônia também obriga a execução diária dos hinos Nacional, da Independência e do estado. No varejo, custo das bandeiras do Império passa de R$ 60 mil

As mais de 400 escolas do ensino fundamental e médio de Rondônia terão de hastear diariamente a bandeira do Brasil Império. Uma lei estadual aprovada neste mês obriga todas as escolas a realizar, nos dias letivos, cerimônia de hasteamento e arriamento das bandeiras do Brasil, do Brasil Imperial e a bandeira do estado, junto com a execução dos os hinos nacional, da Independência e estadual.

O autor do projeto, deputado Lebrão (PMDB), afirma que a iniciativa tem o objetivo de criar o civismo entre os jovens. A justificativa para obrigar a inclusão da bandeira imperial no rol de pavilhões nas escolas é a comemoração do bicentenário da independência do Brasil, em 2022.

“Considerando há (sic) falta de civismo por essa geração, que muitas vezes desconhece a própria letra do Hino Nacional. Somado o alto grau de violência que nossa sociedade passa, valores éticos e morais se perderam com o decorrer das décadas. Por todo exposto, e por ser um clamor quase unânime das famílias de bem de nosso querido estado, que na ânsia de voltar aos bons tempos do respeito e dos símbolos nacionais, como forma de demonstrar orgulho e respeito a nossa pátria é que apresentamos importante projeto a ser deliberado”, escreveu o deputado na justificativa.

Os movimentos monarquistas articularam a inclusão dos símbolos do Império em lei que já prevê a cerimônia cívica nas escolas. O líder da Organização Império Brasil (OIB) em Rondônia, Uílian Martins, conta que os deputados que apoiaram o projeto – 20 dos 24 parlamentares, em votação em dois turnos – se sensibilizaram pela importância de os jovens conhecerem os hinos e símbolos cívicos.

“O bicentenário da independência ocorre em cinco anos. No princípio o deputado ficou receoso, mas depois apoiou”, disse Martins.

A expectativa é que o projeto seja publicado oficialmente no começo do ano que vem, pois agora a assembleia estadual entra em recesso. A lei foi aprovada em plenário em 5 de setembro, mas voltou com veto do governador no dia 28 de novembro. Na última terça-feira (12), o veto foi derrubado pelos deputados.

Dinheiro do Fundeb para comprar bandeiras do Império

A cerimônia cívica e o hasteamento das bandeiras – inclusive a imperial – deve começar em março de 2018, projeta o monarquista. Será necessário fazer licitação para a compra das mais de 400 bandeiras imperiais, além de unidades da bandeira brasileira e do estado para as escolas que informarem que estão sem o material.

Os custos para a compra das bandeiras não está previsto no Orçamento do estado, mas defensores da medida avaliam que até mesmo os recursos do Fundo Nacional da Educação (Fundeb) poderão ser utilizados com esse fim.

Em lojas especializadas em bandeiras na internet, a bandeira imperial com 1,35 m x 1,93 m é vendida por R$ 155 a unidade. Em preço de varejo, seriam R$ 62 mil para a aquisição das 400 bandeiras.

“A lei ajudará a contar a história da maneira certa. Os livros contam a história de maneira errada. Se fala da Monarquia, mas se omite muita coisa”, afirmou Peterson Freitas Inácio, um dos líderes do movimento monarquista em Rondônia.

Deputados derrubaram veto do governador

Os deputados estaduais tiveram de derrubar veto do governador Confúcio Moura (PMDB) ao projeto. Em sessão da Assembleia Legislativa no dia 12 de dezembro, os deputados estaduais garantiram a manutenção da lei, que agora será promulgada pelo presidente da casa. Na sessão, os deputados defenderam a aplicação da medida.

“Esse projeto é muito importante. O respeito às nossas tradições, à pátria. Estamos pedindo ajuda de todos os parlamentares para derrubar o veto”, afirmou o deputado Alex Redano (PRB).

“Isso é a volta da educação moral e cívica nas escolas. Se pegarmos nossos alunos do ensino médio, eles não sabem cantar o hino nacional. Eles não conhecem nem a bandeira do Brasil, infelizmente. Nós perdemos os nossos valores”, afirmou o autor no projeto e primeiro-secretário da Assembleia, deputado Lebrão.



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