quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz Ano Novo!


Ontem, hoje e amanhã


Uma meditação de Oswald Chambers para o seu Ano Novo:

“O Deus de Israel será a vossa retaguarda.”
(Isaías 52:12)

Proteção contra o passado. “Deus pede conta do que passou”. No fim do ano, olhamos com grande expectativa tudo o que Deus tem para o futuro, mas mesmo assim podemos ficar ansiosos ao lembrar-nos dos dias de ontem. O presente gozo da graça de Deus pode ser reprimido pela recordação dos pecados e falhas de ontem. Mas Deus é o Deus do nosso passado, e permite que lembremos dele a fim de transformá-lo numa lição espiritual para o futuro. Deus nos lembra do passado para que não nos resguardemos na segurança superficial do presente.

Segurança para o amanhã. “Porque o Senhor irá adiante de vós”. Essa é uma revelação da misericórdia de Deus, a de que ele nos protegerá, quando não nos protegemos. Ele vigiará para que certos obstáculos não nos façam recair nas mesmas falhas, como certamente o fariam se ele não fosse a nossa retaguarda. A mão de Deus se estende ao passado possibilitando-nos manter a consciência limpa.

Segurança para hoje. “Porquanto não saireis apressadamente”. À medida que nos aproximamos do novo ano, não o façamos com pressa da alegria impetuosa ou da irreflexão impulsiva, mas com a força paciente da certeza de que o Deus de Israel marchará adiante de nós. Nosso passado apresenta-nos falhas irreparáveis; é verdade que deixamos passar oportunidades para sempre perdidas, mas Deus pode transformar essa ansiedade destrutiva em uma construtiva reflexão para o futuro. Deixe o passado no esquecimento, mas deixe-no nas mãos de Cristo.

Entregue a ele o irreparável passado, e entre com ele no irresistível futuro.

(Oswald Chambers, “Tudo para Ele”, Ed. Betânia, meditação de 31 de dezembro)



terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Resoluções de Ano Novo para a vida toda

new year

Penúltimo dia de 2014, uma boa hora de reexaminar as prioridades da vida e traçar seus planos para 2015.

Talvez a leitura do artigo abaixo, publicado no Brasil Post, possa ser um bom esboço de mapa para o seu Ano Novo:

11 coisas que pessoas de 50 desejariam ter feito de forma diferente aos 25


The Huffington Post | De Yagana Shah

Você pode chamar isso de experiência de vida ou se deparar com a dura realidade, mas aos 50 todos nós já temos uma retrospectiva de quais decisões foram boas e quais delas foram resultado da ingenuidade juvenil. Mas se você acredita firmemente que "tudo acontece por uma razão", ou se deseja de todo o coração que os gênios do Google um dia desenvolvam uma máquina do tempo, você provavelmente já deve ter aprendido uma ou duas coisas com suas falhas.

Os seguidores da página HuffPost50 no Facebook responderam o que eles desejariam saber aos 25 e que sabem agora.

Aqui está o que eles disseram que todos os jovens de 20 e poucos anos deveriam saber sobre a vida.



1. Fale mais


Como diz o ditado, é a roda estridente que consegue a graxa. Você é a única pessoa capaz de se defender de verdade; por isso, nunca tenha medo de se impôr e falar o que pensa, porque o arrependimento é uma b****.




2. Saiba quando dar no pé

Muitos leitores expressaram que se afastar de algo, mesmo que pareça uma decisão difícil, às vezes é a melhor coisa que você pode fazer por si mesmo. E quanto mais rápido você chegar a essa conclusão, mais chances você tem de se libertar.



3. Economize mais dinheiro


A aposentadoria não é brincadeira, como você descobrirá aos 50. Ao encarar a realidade sombria do seu plano de aposentadoria, você pode se deparar com o fato de estar contando cada centavo ao ver todo seu dinheiro desperdiçado em gastos sem sentido. Então, comece a preparar seu próprio almoço, encontre um estacionamento na rua (ou use o ônibus) e lembre-se que uma moedinha economizada é um moedinha a mais no bolso, por mais cafona que isso possa parecer.



4. Pense bem qual carreira quer seguir


Alguns leitores mencionaram como eles desejariam ter escolhido melhor a carreira, ou até mesmo que teriam pensado duas vezes antes de largar a universidade.



5. Viaje mais


Você é jovem apenas uma vez na vida. Portanto, antes de ficar amarrado por responsabilidades como uma hipoteca, um cônjuge e filhos, é uma boa ideia explorar o mundo e tudo o que ele tem a oferecer — desde que você não quebre a banca! Considere trabalhar no exterior. Visite a cidade que você sonha conhecer. Simplesmente vá a algum lugar que irá fazer você olhar para o alto e para o mundo ao seu redor, em vez de para baixo e para a tela do seu smartphone.



6. Faça menos dívidas


Não compre coisas que você não precisa e pense muito antes de obter um cartão de crédito. Não importa o que digam, não é dinheiro grátis; não importa o quão alto seja o seu limite, você não deveria gastar tudo em roupas de grife ou em férias sofisticadas. Ter dívidas não tem graça. Em vez disso, concentre-se em construir um histórico de crédito sólido para fazer o financiamento da casa própria.



7. Use mais protetor solar


Aquecer-se ao sol pode dar certo no curto prazo, pois você ficará com um bronzeado incrível; a longo prazo, ele causa manchas de velhice, rugas e flacidez da pele. Então pegue seu protetor solar de todos os dias, aproveite o autobronzeamento ou apenas aceite o seu tom de pele como ele é.



8. Pense muito bem antes de se casar


Vários leitores expressaram que deveriam ter esperado para se casar. Uma leitora disse que ela teria esperado até pelo menos os 30 anos. Enquanto não há nenhuma regra rápida e inflexível que todos possam utilizar, é um bom conselho, para qualquer idade, pensar cuidadosamente antes de se casar.



9. Desacelere


Muitos de nós desperdiçamos momentos preciosos porque estamos muito ocupados com nossos dispositivos digitais ou com as mídias sociais; ou ainda, nos preocupando com o próximo passo na carreira. A vida é curta. Aproveite-a. Pensamos que a leitora Trisha C. Mokoshsq fez uma perfeita colocação a respeito: "Eu não teria focado tanto em ser bem sucedida, trabalhar 80 horas por semana todos esses anos para me tornar uma sócia da empresa. Eu teria demorado mais. Eu teria definido mais para mim mesma do que o que eu fiz para viver".



10. Ter uma boa educação


Como diz o ditado, ninguém pode tirar suas conquistas de você. A educação é uma dessas conquistas. Muitos leitores desejariam ter ido para uma faculdade ou ter concluído um curso. A educação é sempre uma boa escolha, seja da forma que for.



11. Considere questões de saúde


Aos 25 você pode ter notado que seu metabolismo começa a diminuir. Mas cuidar de si mesmo ao envelhecer é muito mais do que desistir da sua dieta de pizza por vaidade. Trata-se da criação de hábitos (rompendo aqueles que nos fazem mal) que levarão você a uma longa vida, uma em que você estará saudável o suficiente para fazer tudo o que sempre quis fazer. Então, pare de fumar ou diminua o álcool. Pequenas mudanças podem levar a grandes benefícios a longo prazo.



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Turco que tentou matar João Paulo II leva flores ao túmulo do papa

forgiveness
Inesquecível: o encontro histórico entre João Paulo II e Mehmet Ali Agca em 28 de dezembro de 1983

Em 13 de maio de 1981, o então papa (hoje canonizado) João Paulo II percorria a Praça de São Pedro em carro aberto para a sua tradicional audiência pública das quartas-feiras, quando foi atingido por 3 tiros vindos da multidão.

O atirador foi preso em seguida e identificado como Mehmet Ali Agca, um rapaz muçulmano de origem turca muito humilde que, conforme as versões mais confiáveis, havia se tornado militante de uma organização fascista também chamada "Lobos Cinzentos", que perpetrava atentados contra pessoas que eles julgavam "de esquerda" na Turquia e em outros lugares do mundo.

A rigor, nunca se saberá qual foi a real motivação do atentado, já que o próprio Ali Agca deu muitas versões desencontradas sobre quem lhe havia ordenado cometê-lo, incluindo entre os possíveis mandantes o Irã e a própria Cúria Romana.

Afinal, a julgar pela dimensão do magnicídio que Ali Agca tentou, é de se imaginar que lhe faltavam alguns parafusos na cabeça.

Outro suspeito do crime foi o serviço secreto da Bulgária, então satélite comunista de União Soviética, que teria de alguma forma contribuído para o ocorrido a fim de acobertar o desejo soviético de vingança contra o apoio do papa ao sindicato polonês Solidariedade, liderado por Lech Walesa, que ameaçava destruir o império vermelho de Moscou.

BEM-VINDO AO VATICANO


Recuperado das graves consequências que os três tiros de pistola semi-automática Browning 9mm lhe causaram, em 28 de dezembro de 1983 João Paulo II se encontrou com seu algoz na cadeia de Rebibbia, nos arredores de Roma, para conversar com ele e - segundo se soube depois - perdoá-lo.

Repare na data: 28 de dezembro de 1983.

No último sábado, 27 de dezembro de 2014, um dia antes de se completarem 31 anos daquele encontro histórico, Mehmet Ali Agca voltou ao Vaticano, desta vez para depositar dois buquês de rosas brancas no túmulo de João Paulo II.

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Ciro Benedettini, Agca ainda teria ficado alguns minutos em meditação silenciosa diante do sepulcro do finado papa.

BUROCRACIA ITALIANA NÃO PERDOA


Entretanto, tal gesto não foi suficiente para as autoridades italianas perdoarem total e completamente o ex-terrorista turco, que completará 55 anos de idade no próximo dia 9 de janeiro.

É que ele foi condenado à prisão perpétua e ficou detido na Itália até junho de 2000, quando recebeu indulto do então presidente Carlo Ciampi, sendo imediatamente extraditado para a Turquia, onde cumpriu outra condenação relativa ao assassinato do jornalista Abdi Ipecki, ocorrido em 1979.

Agca ficou preso no seu país natal até 18 de janeiro de 2010, quando foi finalmente liberado, e pouco se sabia dele até ontem, quando a notícia de sua insólita visita ao Vaticano percorreu o mundo.

O problema - para o supostamente arrependido militante turco - é que ele se esqueceu de combinar com as autoridades italianas.

Embora tenha podido visitar o Vaticano sem nenhum problema, já que não pesa mais sobre ele qualquer condenação da Justiça italiana ou de sua similar turca, Agca cometeu o erro de ter entrado na Itália sem o visto obrigatório no passaporte, e - por isso - deve ser expulso do país nas próximas horas.


UMA VIDA AMARGURADA


Guardada a devida distância de seus crimes, Mehmet Ali Agca tem uma daquelas fascinantes histórias de vida, ainda que marcada pelo lado negativo.

Filho de uma família pobre, sem instrução, tornado bucha de canhão nos estertores da Guerra Fria, sua vida se cruzou com a de João Paulo II naquele dia 13 de maio de 1981. 

Tivesse o papa morrido, talvez terminasse a vida na prisão sem que ninguém ouvisse mais falar nele.

Parece que lhe coube, na vida, o melancólico papel de alma penada perambulando entre interesses, países e civilizações tão distintas, em que a burocracia não falha nem perdoa jamais.

Uma agonia sem fim?

Com informações da Agência Brasil e do Christian Today



domingo, 28 de dezembro de 2014

Estudo diz que pornografia faz homens evitarem o casamento

relationship marriage
Polêmico! Aí está um estudo curioso publicado pelo Brasil Post:

Homens se casam menos porque existe pornô gratuito 


Rodolfo Viana

A pornografia gratuita na internet está acabando com o casamento. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Alemão para o Estudo do Trabalho, em parceria com a Universidade West Chester da Pensilvânia. Eles estudaram as tendências nos números de casamentos e na difusão de filmes pornô na internet, e perceberam que o aumento da disponibilidade e o baixo custo desembolsado para acessar esses conteúdos levam mais homens a evitar o altar.

No estudo Are Pornography and Marriage Substitutes for Young Men? ("Casamento e pornografia são substitutos para o homem jovem?", em tradução livre), os pesquisadores analisaram dados de 1.512 homens na faixa de 18 e 35 anos, colhidos entre 2000 e 2004. O resultado é: o consumo de pornô na internet torna o casamento uma opção pouco atraente.

“Tradicionalmente, uma das razões para se casar é satisfação sexual", afirma o estudo. "Mas conforme as opções de satisfação sexual fora do casamento cresceram, a necessidade de se casar para atender a essa necessidade está diminuindo."

O estudo foi realizado no período em que os cientistas notaram uma rápida ascensão da pornografia na internet, ao passo que o número de casamentos caiu. As estatísticas mostram que homens de 25 a 34 anos tem predisposição ao casamento seis vezes inferior aos homens de mesma faixa etária dos anos 1970.

"Pornografia mais barata é. de maneira inequivocada, associada a taxas de casamento menores", conclui o estudo.



sábado, 27 de dezembro de 2014

O Natal dos zumbis

consumismo natal
Crônica interessante de Eugênio Bucci sobre o moderno significado do Natal, sujeita a múltiplas interpretações ideológicas ao gosto do leitor, que foi publicada no Estadão de 25/12/14:

'Papai Noel, me dá um morto-vivo de Natal?'


Neste novo mundo em que as crianças aprendem inglês decorando o nome de tanques de guerra, morrer não é mais tão definitivo


Nos primórdios dessa história, as meninas pediam bonecas que abriam e fechavam os olhinhos e os meninos pediam um revólver com cinturão e coldre de couro marrom para brincar de mocinho. Nos primórdios dessa história, o emprego de Papai Noel era mais previsível. Uma cozinha em miniatura. Uma espada de plástico. Brincando, as meninas eram adestradas a ser donas de casa. Os meninos aprendiam que a hombridade pressupõe a habilidade de assassinar.

Nos primórdios, era mais fácil. Era mais fácil ser Papai Noel e, também, era mais fácil criticar o Papai Noel. Fácil até demais. O bom velhinho começou a ser contestado por vozes que não queriam que ele estivesse a serviço da mera reprodução do modo de vida viciado da mulherzinha oprimida e do macho homicida. Os ideais libertários da década de 1960 impuseram adaptações pedagógicas (e chatas) ao ofício de dar presentes. O Natal deveria ser, por que não?, um motor da construção do "mundo melhor". Surgiriam assim Papais Noéis meio de esquerda, engajados em causas como a solidariedade, a fraternidade e até mesmo a paz entre as nações.

Tudo ia bem até que, no bojo da chamada revolução tecnológica, viria uma mudança súbita para desorientar os pais que se recusavam a dar bonequinhas submissas às filhas e armas de brinquedo aos filhos. Pretensamente modernos, esses pais queriam dar presentes educativos. No dia de Natal, davam joguinhos eletrônicos embrulhados em papéis metálicos, crentes de que estavam abrindo os caminhos do futuro tecnológico para as novas gerações. Depois, vendo os filhos brincarem com as novíssimas invenções, ficavam estarrecidos. Viam que, em lugar de um reles "revolvinho" de espoleta, tinham presenteado seus herdeiros com gincanas de dizimar "terroristas árabes" com uma pistola 9mm numa mão e um AK47 na outra.

O teatro da guerra que horrorizava os adultos tinha se tornado o passatempo mais excitante das crianças. Nesse embalo, a indústria dos games virou uma febre transnacional, suplantou a indústria do cinema, transformou o mundo inteiro num cassino (em que os impúberes apostam em dinheiro), estetizou a violência, violentou a estética e revogou a noção que tínhamos da morte. Neste novo mundo em que as crianças aprendem inglês decorando o nome de tanques de guerra, morrer não é mais tão definitivo. Se o jogador leva um tiro na cara, ele vai lá e "compra" novas vidas. A vida é uma mercadoria. Os inimigos também contam com o mesmo recurso. Depois de exterminados, ressurgem das trevas, ainda mais ameaçadores. Saídos das profundezas da feitiçaria imemorial, os mortos-vivos ingressaram na indústria do entretenimento para dar vida nova, e múltipla, ao cassino infanto-juvenil em que o planeta se converteu.

Os mortos-vivos são o ideal de beleza e de rentabilidade da indústria do entretenimento. São eles também que ensinam a arte bélica de viver. Graças aos zumbis, as crianças aprenderam que morrer é uma intercorrência descartável, como esfolar o joelho. A morte não é mais uma fronteira simbólica. O zumbi se afirma, agora, como a síntese perfeita de um tempo que se crê inesgotável e invencível. O morto-vivo materializa a condição humana que nos resta.

Já tivemos outros mitos igualmente macabros para animar as fantasias modernas. O Frankenstein de Mary Shelley, por exemplo, produziu com pedaços de cadáveres a criatura viva que o destruiu, na mais célebre metáfora da ciência como força destrutiva. Nascido como ficção na 1.ª Guerra, Frankenstein antecipou o pesadelo da 2.ª Guerra, que traria a inauguração da bomba atômica e as doutrinas que pregavam o genocídio. O monstro de Frankenstein, é claro, também virou máscara de brinquedo de criança e fantasia de carnaval.

Outro mito moderno é o Conde Drácula, de Bram Stocker. O mais famoso vampiro da literatura, Drácula perdura até hoje como a melhor tradução dos que se fartam da energia alheia sem ter de trabalhar. Drácula é aquele a quem o dinheiro nunca falta, aquele que dorme durante o dia e ataca suas vítimas durante noitadas de gozo letal. Também virou brinquedo de criança e adorno carnavalesco.

O interessante é que os dois mitos, o nobre Drácula e a criatura de Frankenstein, são, eles também, precursores do morto-vivo. Um e outro estão além da morte. Não podem morrer, simplesmente. Parecem condenados a não morrer jamais. Também como os zumbis, não existem para assombrar, mas apenas para divertir a humanidade carente de divindades que não seja o Papai Noel (que, aliás, também pode ser visto como uma espécie abobada de morto-vivo).

Os zumbis, contudo, não têm a aura do Drácula ou do monstro de Frankenstein. Não têm uma personalidade individual. Não têm sequer nome e sobrenome. São a massa indiscriminada, o populacho, o proletariado. São mendigos, porteiros, prostitutas, marginais. Em campeões de bilheterias nos cinemas, os zumbis extasiam os adolescentes. Depois, viram games cultuados em todos os continentes. Outras vezes, são os games que inspiram longas-metragens, como no já "clássico" Resident Evil.

Em produções cada vez mais requintadas, os mortos-vivos são o nosso melhor paradigma. Em forma de um game ou de um DVD, chegaram hoje a milhões de lares, trazidos no saco do Papai Noel. Agora, em vez de aprender a ser dona de casa passiva (no caso das meninas) e a ser rápido no gatilho para matar os adversários (no caso dos meninos), as crianças brincam de estar vivas e mortas ao mesmo tempo, como se entre viver e morrer não houvesse mais uma diferença substantiva. Numa era em que o passado é uma obra de ficção e o futuro é necessariamente pior do que os dias atuais, o presente se expande numa embriaguez vazia, tendo a diversão como o único denominador comum. Viver para se divertir é o quanto basta. E só para se divertir vale a pena morrer.

Os mortos-vivos desbancaram a Barbie e o Durango Kid e nos proporcionam um feliz Natal.


zumbi papai noel




sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tsunami na Ásia, 10 anos depois

Asia Indonesia

Por volta das 8 horas da manhã do dia 26 de dezembro de 2004, um terremoto de estimados 9,3 graus na escala Richter, com epicentro no litoral da Indonésia (a 160 km da costa Oeste da ilha de Sumatra, com 30 km de profundidade), desencadeou o tsunami mais mortífero de que se tem notícia, varrendo do mapa regiões inteiras dos países do Oceano Índico.

Para se ter uma ideia da magnitude desse sismo, basta lembrar que o maior terremoto já registrado atingiu 9,5 graus na escala Richter, no Chile em 1960, e a energia liberada em 2004 equivalia a 1.500 vezes à da bomba atômica despejada sobre Hiroshima em 1945.

Milhares de turistas se levantaram cedo para curtir o belo dia de sol nas paradisíacas praias de Phi Phi e Phuket, na Tailândia, enquanto milhões de habitantes locais, além daqueles da Indonésia, Índia, Malásia, Sri Lanka, Bangladesh e Ilhas Maldivas, se preparavam para um dia comum de fim de ano.

230.000 MORTOS E DESAPARECIDOS


Esses foram os países mais atingidos pelo tsunami asiático de 2004. Até hoje não se sabe o número exato de pessoas que morreram quando o vagalhão foi embora, deixando um rastro de morte e dor sem precedentes na história da humanidade.

Embora tsunamis sejam relativamente comuns no Oceano Índico, aquele de 2004 atingiu proporções até então desconhecidas pelo ser humano. O mundo foi pego de surpresa com a extensão da tragédia.

Estima-se que cerca de 230.000 vidas foram tragadas pelas gigantescas ondas que devastaram a região, mas nunca se chegou, nem se chegará a um número definitivo, já que só a Indonésia, país mais atingido, encerrou suas estatísticas oficiais adicionando ao número de mortos os 70.000 desaparecidos em relação aos quais não havia mais qualquer esperança de serem encontrados.

A onda que atingiu a província de Aceh na Indonésia tinha 24 metros de altura no litoral, chegando a subir a 30 metros no interior da ilha, conforme os obstáculos que ia encontrando.

Europeus e americanos de Norte a Sul acordaram naquele dia, muitos ainda tentando se refazer da ressaca das compras e das bebidas e comidas de Natal, já com as imagens do tsunami na televisão e nos portais da web. Quem viu, jamais se esquecerá.

O tsunami do Japão em 2011 (na região litorânea de Sendai) foi mais acompanhado em tempo real pela audiência mundial do que aquele de 2004, mas a tragédia japonesa terminou com cerca de 13.300 mortos e 16.000 desaparecidos. Em comum entre ambas o horror, ah, o horror...

O RESCALDO DA TRAGÉDIA


Se há uma única coisa boa que se possa extrair do tsunami de 2004, além da solidariedade global que se seguiu na ajuda às vítimas, é justamente a maneira como os países limítrofes ao Oceano Índico desenvolveram uma rede conjunta de acompanhamento, controle e alarme a respeito dos terremotos e tsunamis, que certamente evitará que as perdas humanas se repitam nessa proporção pantagruélica.

Como efeitos colaterais curiosos do terremoto de Sumatra, o sismo alterou em 2,5 cm a posição do Polo Norte, além de ter encurtado os dias em 6,8 microsegundos. Embora as mudanças sejam imperceptíveis, a Terra ficou um pouco mais redonda e passou a girar um pouco mais rápido em torno do seu eixo.

Os terremotos e os tsunamis continuarão afligindo e atingindo o Sudeste da Ásia e adjacências, pois são fenômenos incontornáveis da natureza, mas podemos ter um fio de esperança de que muito mais vidas serão poupadas quando o próximo acontecer.

São muitas as imagens do tsunami disponíveis na internet, mas ficaremos com o trailer do (altamente recomendado) filme "O Impossível" (2012), que conta a história real de uma família espanhola que sobreviveu completa ao cataclisma de 2004,  película esta que conseguiu captar não só o terror daquele dia como o espírito de solidariedade da espécie humana que se seguiu.

Devia ser assim sempre, mas na maioria das vezes só quando a dor atinge níveis inimagináveis não se vê mais nenhuma diferença entre nós.




quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Quando o governo americano encarava Papai Noel como "ameaça"

O arquivo público norteamericano (National Archives) disponibilizou no último dia 17 um memorando datado de 24 de dezembro de 1942, de autoria do Office of War Information (OWI), em que o Papai Noel é tratado - oficialmente - como "ameaça".

A "desclassificação" da papelada confidencial do governo dos Estados Unidos é o processo pelo qual os documentos secretos antigos são abertos para conhecimento público depois de decorrido um certo período de tempo (geralmente algumas décadas).

O caso em questão se trata, obviamente, de uma ironia perpetrada por algum funcionário bem-humorado (e desocupado) que quis fazer uma brincadeira com seus colegas em plena Segunda Guerra Mundial, quando o prognóstico de vitória era ainda amplamente favorável à Alemanha nazista, tendência esta que só viraria um ano depois com a derrota das tropas de Hitler em Stalingrado.

O BOM VELHINHO INFILTRADO


O OWI era uma agência de informação e contra-informação destinada a manter alta a moral das tropas e da população dos Estados Unidos, evitando todo tipo de boatos e rumores que pudessem minar o esforço de guerra aliado e, mesmo quando a situação não era nada fácil, ainda havia tempo para satirizar o Papai Noel.

O comunicado do OWI, que finalmente pode ser visto abaixo, dizia que haviam sido reportados vários "avistamentos" de um senhor com bigodes descendo chaminés para entregar presentes a centenas de lares espalhados pelo país.





PAPAI NOEL, O INIMIGO DA MERITOCRACIA


Segundo o ofício, as tais aparições do Papai Noel seriam nada mais do que boatos plantados pelas forças inimigas do Eixo para, por exemplo, satirizar os (então) aliados comunistas com a sua roupa vermelha, além de induzir as famílias americanas a acreditar que podiam esperar sentadas por presentes caídos da chaminé ao invés de se dedicarem às "boas obras" para conseguir os seus objetivos, numa versão natalina da típica meritocracia americana.

Os bigodes do Papai Noel seriam, ainda, uma tentativa inimiga de desacreditar as lâminas de barbear (pasme!).

Considerando, portanto, que a "aceitação dos mitos escapistas" poderia ser danosa ao esforço de guerra dos "povos livres" do mundo, a OWI pede que seus agentes enviem seus relatórios sobre o caso em "tinta invisível", a fim de tomar mais medidas contra o perigoso velhinho.

Uma coisa parece certa, entretanto: a Segunda Grande Guerra devia estar numa paradeira geral em dezembro de 1942 para os oficiais americanos se darem ao desfrute de gastarem tempo com uma pegadinha natalina sem graça. Ho! Ho! Ho!

Bom, pode ser que o moderno senso de humor seja muito mais exigente...



quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!


Um presente de perdão e auto-estima para o Natal

Desejamos um Feliz Natal aos leitores e amigos deste blog com a meditação abaixo:


A DÁDIVA DA 

AUTO-ESTIMA


Leitura bíblica:
Romanos 8:1-11

Versículo-chave:

"Agora, pois, já nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus"
(Romanos 8:1)



Meditação: Cristo veio ao mundo quando menos o merecíamos ou o queríamos. E ele continua a vir. Nada há que possamos fazer para merecer o seu perdão amoroso ou fazê-lo parar de nos amar. Do presépio à cruz, através do túmulo aberto, ouvimos o seu amor que implora: "Você me pertence. Você é minha pessoa amada e perdoada. Vim por você, vivi por você, morri por você, derrotei a morte por você e agora estou aqui por você".


É esse o presente de Natal que Deus tem para nós. 



Não deixe de desembrulhá-lo! Abra-o e desfrute do poder curador, libertador e motivador. Não há problema, perplexidade ou potencial à nossa frente que não possam ser vencidos se aceitarmos o presente de Deus. Amor mais perdão é igual à liberdade.

Seremos livres para amar e perdoar a nós mesmos. Que recordação ou fracasso o persegue e o torna negativo e hostil para com a pessoa mais importante de sua vida - o seu ser interior? Seja gracioso a si mesmo neste Natal. Dê a si mesmo um presente. Perdoe-se a si mesmo. Desse perdão flui auto-estima nova e salutar. Poucas são as pessoas que festejam o Natal e que sentem bem a respeito de si mesmas. Será por isso que nos ocupamos tanto com a correria da estação? Não será que estamos correndo da pessoa que vive dentro de nós? Deus ama muito essa pessoa. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos. Natal é a época de dizermos: "Estou contente por ser eu!"

Ouça as palavras do apóstolo João: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" (1 João 3:1-2). Que essa verdade equilibre a balança de auto-condenação à medida que você permite que o Natal lhe encha o coração.

Pensamento do dia:

"Você já pensou que em cada ação de graça em seu coração você conta com toda a onipotência de Deus dedicada em abençoá-lo?" (Andrew Murray)

(Lloyd John Ogilvie, “O que Deus tem de melhor para a minha vida”, Ed. Vida, meditação de 18 de dezembro)



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Católicos australianos associam pedofilia ao celibato

Australia catholic church
Artigo publicado no IHU:

Igreja católica australiana vincula o celibato a abusos sexuais


A Igreja Católica na Austrália apresentou, pela primeira vez, os votos de celibato dos sacerdotes como um fator que pode ter contribuído para abusos sexuais de menores, segundo um documento publicado hoje.

A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 12-12-2014. A tradução é do Cepat.

“O celibato obrigatório pode ter contribuído para o abuso em algumas circunstâncias”, destaca o texto do Conselho de Justiça e Cura que coordena a posição da Igreja Católica junto à comissão governamental que analisa a resposta das instituições australianas aos abusos sexuais contra menores no seio das entidades estatais, sociais e religiosas.


O documento também admite que alguns líderes religiosos aparentemente esconderam estes abusos nas ordens e nas dioceses e tentaram proteger a reputação da Igreja Católica ao invés de velar pelo bem-estar dos menores, reporta a Agência Australiana de Imprensa.

Também recomenda reformar os procedimentos para abordar as queixas das vítimas proporcionando assistência no local do enfrentamento, assim como pede abertura diante dos eventuais julgamentos em casos como esses.


O diretor executivo deste Conselho, Francis Sullivan, considerou que esta admissão pode gerar polêmica entre os líderes religiosos, mas insistiu que seu organismo atuou com independência.

Em 2012, a Igreja Católica confirmou 620 casos de abusos sexuais contra menores cometidos na Austrália por sacerdotes, desde os anos 1930, em uma revelação inédita neste país.

Também em 2012, a Polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja de acobertar estes crimes, procurar silenciar as investigações e destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.

As autoridades criaram uma comissão de investigação sobre as respostas institucionais diante dos abusos contra menores cometidos em instituições sociais, religiosas e públicas.



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A bola do ecumenismo está com os ortodoxos russos

catholic russian orthodox church

Já que a próxima Copa do Mundo vai ser na Rússia, os ortodoxos de lá terão que decidir o que fazer com essa bola, conforme aponta o IHU:

Para Moscou é hora de responder às aberturas ecumênicas do Papa Francisco


Em sua recente visita a Bartolomeu I (28-30 de novembro de 2014), o Papa Francisco sublinhou o ecumenismo do sangue, capaz de superar as dificuldades dos teólogos; mostrou proximidade a Kirill, o patriarca ortodoxo de Moscou; propôs novas vias de unidade superando o ‘uniatismo’. Para o Patriarcado russo é tempo de dar passos além do impasse.

A reportagem é de Hieromonaco Ioann, publicada pelo portal Asia News, 11-12-2014. A tradução é de Benno Dischinger.

“Não se pode esperar”, assim se intitulava aos 4 de dezembro um longo artigo no sítio ortodoxo russo bogoslov.ru, assinado pelo Hieromonaco Ioann (Giovanni Guaita), no qual – após haver reassumido os pontos salientes da visita do Papa ao Patriarca de Constantinopla – se reflete sobre a urgência também para a Igreja ortodoxa de superar o “impasse”, no qual se encontra o diálogo ecumênico. O hieromonge Ioann, que por anos trabalhou no Departamento para as relações externas do Patriarcado de Moscou, faz notar como o Chefe da Igreja católica esteja há tempo lançando sinais a Moscou para superar os obstáculos que dividem as duas comunidades. Tanto que também sobre a questão dos uniatas (os Greco-católicos da Ucrânia, com rito oriental, mas fiéis ao Papa) “pela primeira vez um romano pontífice expressou uma opinião que coincide com a posição dos ortodoxos”. O artigo lança a interrogação sobre a resposta da Igreja russa ao apelo de Francisco: “Não se pode esperar: a unidade é um caminho, um caminho que se deve fazer, que se deve fazer juntos”.

Asia News repropõe em seguida, numa tradução do russo, alguns passos do artigo. Uma síntese mais ampla será publicada no número de Asia News de janeiro de 2015. Proximamente, na Itália, a edição integral do artigo será publicada pela revista Il Regno.

No seu discurso pronunciado no final da liturgia na catedral patriarcal de San Giorgio al Fanar, sede do Patriarcado de Constantinopla, o Pontífice... de modo extremamente simples e claro, conectou o diálogo teológico entre católicos e ortodoxos, que nos últimos tempos parece encontrar-se numa situação de impasse, com a componente carismática, pessoal e espiritual da busca da unidade entre a tradição cristã do Oriente e aquela do Ocidente.

“Quero assegurar a cada um de vós – declarou depois o Papa com convicção – que, para chegar à meta suspirada da plena unidade, a Igreja católica não pretende impor alguma exigência”. É aqui oportuno notar que o Papa Francisco, desde o início do seu pontificado... se apresentou “à cidade e ao mundo”, não como pontífice ou Papa, mas como o “bispo da Igreja de Roma, que preside na caridade”.

Na opinião de quem escreve, a primeira, improvisada saudação do novo Pontífice aos romanos da sacada de São Pedro, não somente mostra claramente os seus dotes humanos e espirituais, mas contem em germe sua eclesiologia... As palavras do primeiro discursinho do Balcão das Bênçãos da Basílica vaticana representam algo mais do que a simples expressão da humildade cristã de Jorge Maria Bergoglio: elas refletem sua compreensão do primado como serviço na caridade. Dificilmente, na história da Igreja católica dos últimos séculos poderão ser encontrados outros exemplos de Pontífices romanos que de maneira tão explícita se tenham qualificado exclusivamente como “bispo de Roma”.

Durante o vôo de retorno a Roma, respondendo à pergunta de um jornalista russo sobre as perspectivas de diálogo com o Patriarcado de Moscou, o Papa Francisco disse, com sua costumeira e surpreendente simplicidade: “Antes direi algo sobre toda a Ortodoxia, e depois “chegarei” a Moscou. Eu creio que com a Ortodoxia estejamos a caminho... O que devemos esperar? Que os teólogos se ponham de acordo? ”...


Sempre na conferência de imprensa no avião, o Papa disse “que talvez alguém não possa entender, mas... As Igrejas católicas orientais têm direito de existir, é verdade. Mas, o uniatismo é uma palavra de outra época. Deve-se encontrar outro caminho”. De tal modo, falando com os jornalistas, o Papa, com uma só frase, poder-se-ia dizer, removeu a pedra de tropeço entre ortodoxos e católicos existente já há muitos séculos (a primeira União, de Lion, remonta a 1274), e que nos últimos tempos se tornara o maior obstáculo ao diálogo. Pela primeira vez um Pontífice romano expressou sobre esta diatribe uma opinião que coincide com a posição dos ortodoxos. Nos últimos tempos a Igreja ortodoxa russa insiste com sempre mais frequência no fato que no futuro a questão do primado, no quadro da Comissão mista para o diálogo teológico, deverá ser enfrentada paralelamente à avaliação do fenômeno do uniatismo. Pode-se dizer que aos 30 de novembro de 2014 a Igreja católica não só aceitou as condições postas pela Igreja russa, mas o seu chefe supremo com a própria inesperada declaração desaprovou o fenômeno do uniatismo.

Após uma declaração do gênero, sem precedentes, O Papa Francisco prosseguiu sua conversação com os jornalistas e com toda sinceridade disse sobre o encontro com o Patriarca Kirill: “Nestes últimos tempos, com o problema da guerra, o pobrezinho tem tantos problemas ali que a viagem e o encontro com o Papa passou a um segundo plano. Mas ambos queremos encontrar-nos e queremos ir em frente”. O Papa mostrou ter consciência do problema da oposição interna da parte dos ultra-conservadores que existe em ambas as Igrejas, e sublinhou a importância que ortodoxos e católicos se ponham de acordo sobre a data da Páscoa e a festejem conjuntamente. Em toda a Igreja, segundo o Papa Francisco, os conflitos internos nascem em consequência de certa “introversão” espiritual, quando a Igreja é auto-referencial, dobrada sobre si mesma e os próprios problemas.

Portanto: “Não se pode esperar: a unidade é um caminho, um caminho que se deve trilhar, que se deve fazer juntos”, diz o bispo de Roma Francisco. Reagirá a Igreja ortodoxa russa a estas palavras? Ou a voz dos problemas internos ressoará para nós mais forte do que a prece do Salvador pela unidade dos seus discípulos e dos seus seguidores nos séculos que estão por vir?



domingo, 21 de dezembro de 2014

O Credo de Atanásio

trindade

Para ler a biografia que escrevemos sobre Atanásio de Alexandria, acesse o portal e-cristianismo.

Eis o Credo de Atanásio:


E a fé universal é esta: adoremos um Deus na Trindade, e a Trindade na unidade. Não confundimos as Pessoas, nem dividimos a Substância. Pois existe uma única Pessoa do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só: a glória é igual, a majestade é coeterna.

Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado. O Pai é incompreensível (imensurável), o Filho é incompreensível (imensurável) e o Espírito Santo é incompreensível (imensurável). O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. E, no entanto, não são três (seres) eternos, mas apenas há um eterno. E não há três (seres) que não foram criados e que são incompreensíveis (imensuráveis). Há, porém, um só que não foi criado e é incompreensível (imensurável). Assim sendo, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, o Espírito Santo é Todo-Poderoso. E, no entanto, não são três (seres) Todo-Poderosos, mas um só Deus é Todo-Poderoso. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. E, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus. Igualmente, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor. E, no entanto, não são três senhores, mas um só Senhor. Pois da mesma forma que somos compelidos pela verdade cristã a reconhecer cada pessoa, por si mesma, como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela religião universal de dizer: "Existem três deuses ou três senhores".

O Pai não foi feito de ninguém: nem criado nem gerado. O Filho vem somente do Pai: não foi feito nem criado, mas gerado. O Espírito Santo vem do Pai e do Filho: não foi feito nem criado, nem gerado, mas procedente. Assim, há um só Pai, e não três Pais; há um só Filho, e não três filhos; há um só Espírito Santo, e não três espíritos santos. E nessa Trindade nenhum é antes ou depois do outro. Nenhum é superior ou inferior ao outro. Mas todas as três Pessoas são juntamente coeternas e coiguais de tal modo que, em todas as coisas, foi dito, a Unidade da Trindade e Trindade na Unidade deve ser adorada. Aquele, pois, que quiser ser salvo, deve pensar assim sobre a Trindade.

Também é necessário para a salvação eterna que se creia, fielmente, na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois a verdadeira fé é que creiamos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem. Deus da Substância do Pai, gerado antes dos mundos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no mundo. Perfeito Deus e perfeito homem, tendo alma e subsistindo em carne humana. Igual ao Pai, referindo-se à sua divindade, e inferior ao Pai referindo-se à sua humanidade; o qual embora seja Deus e Homem, contudo não é dois, mas um só Cristo. Um, não mediante a conversão da divindade em carne, mas por ter tomada a humanidade em Deus. Um, juntamente, não por confusão de Substância, mas por unidade de Pessoa. Pois tal como a alma e a carne formam um só homem, assim Deus e o Homem é um só Cristo. O qual sofreu pela nossa salvação, desceu ao inferno, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia. E ascendeu ao céu. Está assentado à direita do Pai, Deus Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.

Por ocasião de sua vinda, todos os homens ressuscitarão em seus corpos e prestarão contas de suas próprias obras. Aqueles que praticaram o bem irão para a vida eterna; e aquela que praticaram o mal obterão as chagas eternas.

Essa é a fé universal, a qual pode salvar o homem. Basta que ele creia nela fiel e firmemente.




sábado, 20 de dezembro de 2014

Mais de 11 milhões de brasileiros têm depressão

youth
Matéria da Agência Brasil:

Depressão pode começar nos primeiros anos de vida, mas nem sempre é tratada


Paula Laboissière

A publicitária Bárbara Lopes* apresentou os primeiros sinais de depressão aos 19 anos. Na época, começou a se isolar, faltava às aulas na faculdade e dormia durante grande parte do tempo. “Tinha dia em que eu não queria sequer tomar banho. Minhas amigas me chamavam para sair, mas eu não queria. Eu dizia que estava triste, mas para mim não era depressão. Era só tristeza”, lembra. Especialista ouvida pela Agência Brasil diz que a depressão é uma doença que pode começar em pessoas jovens, mas que nem sempre recebe tratamento médico adequado.

Mais de 15 anos depois e uma lista extensa de psiquiatras e psicólogos visitados, a publicitária atualmente é casada, tem um bebê e atua na área em que se formou, mas ainda luta contra a doença. “As pessoas ficam sempre perguntando o que a gente tem. Aqueles que se julgam normais perguntam por que eu estou triste se tenho tudo que preciso, se tudo está certo, se sou bonita e inteligente”.

Bárbara toma o mesmo medicamento há sete anos. Mesmo sendo acompanhada por profissionais, a depressão precisa ser combatida diariamente. “Outro dia, deixei meu bebê cair da cama. Além de me sentir culpada, comecei a pensar que nada para mim funcionava, que tudo para mim dava errado, que eu era a pior mãe do mundo”.

Para a publicitária, a combinação entre medicamento e terapia traz qualidade de vida para quem sofre com a doença. “O remédio libera aquilo que está faltando no seu organismo. É como se fosse uma orquestra que precisa do maestro. Quando ele está ali, a música sai direito. Quando não tem o maestro, não tem música”, resume.


Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esta semana, indicam que mais de 11 milhões de brasileiros têm depressão. O número corresponde a 7,6% das pessoas com 18 anos ou mais. Ainda segundo o instituto, desse total, apenas 46,6% dos pacientes tiveram assistência médica nos 12 meses anteriores à pesquisa.

De acordo com a psiquiatra e psicoterapeuta Fatima Vasconcelos, o Brasil é um dos países latino-americanos com índices mais altos quando o assunto é depressão. Apesar de ser tida por muitos como uma doença que atinge os mais velhos, a depressão, segundo ela, começa cedo – 9% dos casos ocorrem entre 18 e 25 anos; 7,5% entre 26 e 49 anos; e 5,5% acima dos 50 anos.

“Quanto mais precoce é a doença, mais grave pode vir a ser no futuro e mais danos ela vai provocar na vida do indivíduo. A depressão é uma doença crônica e o mais comum não é ter só uma única crise na vida. O risco de ter uma segunda crise é 50% maior após a primeira. E, para quem tem dois episódios, a chance é 70% maior.”

Ainda de acordo com a especialista, a estimativa é que seis em cada dez pacientes não procuram ou não encontram tratamento para a doença – sobretudo em razão do preconceito. Ela destaca que uma pessoa com depressão sofre com alterações do humor e, por mais que queira estar bem, vê o mundo de forma negativa e precisa de ajuda para enfrentar isso.

“Uma pessoa que está deprimida, às vezes, nem percebe que está triste. Mas, quando vai para o trabalho, rende menos do que rendia, tem dificuldade de memória, concentração e sente uma insegurança muito grande. Ela passa a desconfiar de sua própria capacidade. Por isso, é muito importante que as pessoas saibam que a depressão é uma doença do cérebro que tem que ser reconhecida e tratada.”

*Nome fictício a pedido do entrevistado.



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