terça-feira, 11 de maio de 2010

Suprema Corte americana fica sem protestantes

A Suprema Corte dos Estados Unidos é uma referência mundial em termos de Direito Constitucional, dado o apreço que os americanos têm pelas liberdades civis naquela que é considerada a mais poderosa democracia do globo, em que a Constituição de 1787 é seguidamente reinterpretada pela Corte para que sua permanência seja perene. Seus membros são indicados pelo presidente americano e procuram seguir um equilíbrio tênue entre conservadores e liberais, ora pendendo para um e outro lado, e agora parece que uma disputa religiosa se instalou no famoso Tribunal, conforme noticia o jornal Valor Econômico de hoje. É que, com a aposentadoria do juiz John Paul Stevens no início de 2011, o presidente Barack Obama indicou Elena Kagan para seu lugar. Ela ocupa atualmente um cargo similar ao de Advogado-Geral da União no Brasil, e foi diretora da prestigiada Faculdade de Direito de Harvard, além de ter assessorado a presidência de Bill Clinton. O problema, entretanto, é que com a posse de Kagan no ano que vem, serão 6 juízes católicos e 3 judeus na composição de 9 membros da Corte, ou seja, não haverá mais nenhum de confissão protestante, isto num país de maioria protestante, com fortes traços conservadores. O fato de boa parte deles ter apoiado o presidente George W. Bush em sua empreitada no Iraque parece ter minado sua influência no debate das grandes questões constitucionais que, obrigatoriamente, têm que passar pela Suprema Corte americana. Kagan ainda terá que ser aprovada pelo Senado dos EUA, e já se prenuncia uma mobilização religiosa a questionar sua indicação. Não deixa de ser um alerta aos evangélicos que mesclam religião com política e ideologia, tentando ganhar poder. O risco é ficar sem nada...

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